A presidente Dilma Rousseff sancionou nesta segunda-feira (14) a lei que renova concessões do setor elétrico e reduz tarifas de energia. A meta do governo é diminuir em cerca de 20% os valores cobrados na conta de luz a partir de fevereiro.
Segundo o texto publicado no Diário Oficial da União, a lei 12.783, de 11 de janeiro, foi sancionada com seis vetos, incluindo um sobre devolução de Taxa de Fiscalização de Serviços de Energia Elétrica. A medida provisória 579 havia sido votada pelo Congresso em 18 de dezembro.
Pelo artigo, os valores que não forem utilizados para cobertura das despesas administrativas e operacionais da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) “deverão ser devolvidos aos concessionários (…) e, quando aplicável, revertidos em prol da modicidade tarifária”.
A taxa é equivalente a 0,4% “do valor do benefício econÔmico anual auferido pelo concessionário”, segundo a legislação sancionada.
Outro veto recaiu sobre artigo 18 que trata sobre autoprodução de energia e foi vetado por criar uma “hipótese abrangente de redução dos valores pagos a título de Uso de Bem Público (…). Segundo o veto, o dispositivo “afetaria a modicidade tarifária, dado que diminui o montante de recursos que compõem a Conta de Desenvolvimento Energético”.
O governo também vetou o artigo 31, sobre equilíbrio financeiro de concessões de geração de energia elétrica outorgadas e que ainda não tiveram suas obras iniciadas por concessionários que estejam em dia com suas obrigações.
No veto o governo afirma que “o projeto de lei de conversão garante direito ao reequilíbrio econÔmico-financeiro de forma genérica a todas as concessionárias de geração que se enquadrarem no dispositivo”, e cita que parágrafos do artigo “violam os princípios da isonomia e da modicidade tarifária”.
Na véspera do feriado de 7 de setembro,a presidenteDilma Rousseff anunciouque a conta de luz ficaria mais barata para consumidores e empresas a partir de 2013. A medida era uma reivindicação antiga da indústria brasileira para tornar-se mais competitiva em meio à crise global.
Para conseguir baixar a conta de luz, o governo precisou“mudar as regras do jogo”com as companhias concessionárias de energia, e antecipou a renovação dos contratos que venceriam entre 2015 e 2017.Em troca deinvestimentos feitos que ainda não tiveram tempo de ser “compensados”,ofereceu uma indenizaçãoa elas.
Algumas empresas do setor elétricoofereceram resistência ao acordo, alegando que perderiam muito dinheiro.
Em pouco mais de quatro meses, as empresas brasileiras de energia com ações na Bolsa de Valores perderam R$ 37,2 bilhões em valor de mercado, segundo a consultoria Economatica
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