O município de Cunha Porã realiza neste domingo (23) a festa em homenagem ao colono e motorista. A comemoração teve também conta manifesto em apoio ao Marco Temporal, no qual os agricultores de todo o Brasil, inclusive da região, lutam pelos direitos de ficarem em suas terras.
A pauta envolve os indígenas, no qual dizem a ter direito há certas áreas de terra. Em tese, o Marco Temporal diz que juridicamente os índios apenas teriam direitos a terras que já estavam ocupando quando foi promulgada a Constituição, em 1988.
O Marco Temporal está sendo debatido no Superior Tribunal Federal, onde dois ministros já votaram para a derrubada do mesmo, enquanto há um voto favorável a mantê-lo. No momento o projeto está em vista do STF.
Luzia Vacarin, prefeita de Cunha Porã, citou em entrevista exclusiva para a RCO, sobre os direitos que os agricultores do município tem sobre suas terras.
“Cunha Porã é um município que junto com Saudades defendem as nossas terras dos indígenas há 23 anos, quando em numa noite fria de julho nossa cidade foi invadida por um ônibus com índios e desde lá a gente luta defendendo as nossas terras. Nós temos escrituras com datas mais de 100 anos e temos quatro gerações já nessas propriedades. Nossa defesa tem vitória nas três instâncias, agora, a partir do momento que o STF começou a levantar a causa, nós estamos com o risco de perder as nossas terras mais produtivas”.
A prefeita ainda ressalta que os índios já contam com 14% do território nacional, mas se houver mudança, esse número deve subir para 33% das terras brasileiras. Luzia convocou a todos para apoiar e defender os direitos dos agricultores e donos de seus terrenos.
“Se ele (Marco Temporal) cair, ele deve ser derrubado a estabilidade jurídica toma conta deste país, porque não é sua Cunha Porã e Saudades, eu não falo só sobre agricultura, então lutamos por essa bandeira. Todo mundo tem que saber, tem que falar, tem que divulgar, tem que pedir apoio, nós precisamos que as lideranças se unam. Nós estávamos há 60 dias em Brasília, no dia do voto Alexandre de Moraes e tinha cinco mil índios lá manifestando, mas não tinha ninguém do agro, ninguém da indústria, do comércio, ninguém deu outro tipo de produção desse país, porque não é mais só Cunha Porã e Saudade, é o Brasil inteiro”.
deixe seu comentário