A velocidade do acesso às informações e fatos novos podem levar o eleitorado a mudar de opinião na última hora. Esta é avaliação feita pela diretora do Ibope, Márcia Cavallari, para explicar a diferença dos números apresentados pelo instituto na pesquisa divulgada em Joinville na sexta-feira e o resultado da eleição de domingo.
— Qualquer fato pode gerar clima, gerar uma onda em favor de um candidato. As definições do eleitor estão acontecendo cada vez mais tarde —, afirma.
No domingo,Udo Döhler foi eleito prefeito de Joinville com 54,65%dos votos contra 45,35% de Kennedy Nunes (PSB) – na sexta-feira, o Ibope divulgou pesquisa que apontava Kennedy com 59% das intenções de voto, contra 41% de Udo.
— Os números divulgados retratavam o reflexo daquele momento —, explica Márcia.
O Ibope teve acertos e erros nas pesquisas feitas nos três principais colégios eleitorais de Santa Catarina nestas eleições municipais. O instituto viu seus prognósticos serem derrubados pelos eleitores em dois momentos.
No primeiro turno, acertou ao apontar que em Joinville seguiriam para o segundo turno os candidatos Kennedy Nunes (PSD) e Udo Döhler (PMDB). Também identificou em Florianópolis uma subida acelerada de Gean Loureiro (PMDB) – de 16% para 24% na pesquisa de agosto a 5 de outubro – com queda de Angela Albino (PCdoB) de 37% para 28% no mesmo período, colocando os dois candidatos em situação de empate técnico.
No primeiro turno, a maior surpresa ocorreu em Blumenau, onde a líder das pesquisas, Ana Paula Lima (PT), acabou ficando fora do segundo turno. Já no segundo turno, o instituto acertou na eleição de Cesar Souza Jr. (PSD) na Capital e de Napoleão Bernardes (PSDB) em Blumenau, mas errou no prognóstico de Joinville.
— As mudanças ocorrem muito rapidamente porque só há dois candidatos. Infelizmente, não fizemos outras pesquisas após o debate. Em Joinville, usamos a mesma equipe e a mesma metodologia do primeiro turno. As mudanças não foram captadas porque ocorreram fatos na campanha após a pesquisa que havíamos feito —, observa Márcia.
A diretora do Ibope cita a importãncia de pesquisas mais próximas da votação. Aponta como exemplo o caso de São Paulo no primeiro turno, em que as pesquisas apontavam até a sexta-feira anterior à votação que José Serra (PSDB) e Celso Russomano (PRB) iriam para o segundo turno. E no sábado já colocavam Fernando Haddad (PT) na decisão contra o tucano.
Na reta final deste segundo turno, o Ibope fez pesquisas em 32 cidades e estimativas para 80 candidatos.
— Nessas pesquisas, levando em consideração as divulgadas antes dos debates, as realizadas e divulgadas no sábado e as de boca de urna, nosso percentual de acerto é de 98% —, conclui Márcia.
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