A notícia de um bebê a caminho é quase sempre uma alegria, mas descobrir que serão três ou mais de uma vez só também pode ser motivo de muita preocupação, principalmente sobre a questão financeira em relação as despesas para a criação dos filhos. Mas em Santa Catarina o Benefício da Gestação Múltipla, concedido pelo Governo do Estado, tem auxiliado muitas famílias.
É o caso de Kátia Daise Manthey, de 43 anos. Ela trabalhava num pequeno frigorífico na cidade de Ouro e sonhava em ser mãe, mas tinha dificuldade para engravidar. Mesmo sem muitos recursos, ela e o marido juntaram todas as economias e decidiram fazer uma inseminação artificial. Eles implantaram dois embriões e torceram para que a notícia tão esperada do positivo se tornasse uma realidade. Algum tempo depois a gestação foi confirmada, mas no primeiro exame de ultrassom, veio também a surpresa. “Implantamos dois embriões e quando fizemos o ultrassom, o médico disse que eram três bebês porque um embrião se dividiu, o que é bem raro de acontecer. A gente queria muito ter filho, mas vieram logo três, aí veio a preocupação”, lembra.
A gestação de alto risco foi considerada um sucesso e Mariana, Camila e Joana, hoje com pouco mais de dois anos, nasceram com 33 semanas. Após o nascimento, Kátia soube do Benefício da Gestação Múltipla, encaminhou o pedido e foi contemplada por se encaixar nos critérios exigidos. O valor que ela recebe mensalmente é fundamental para cobrir as despesas, já que precisou abandonar o emprego para cuidar das trigêmeas. “Esse benefício ajudou demais. Me afastei da empresa e esse auxílio é muito bom. Os gastos são altos com fralda, leite, roupas e outras coisas que elas precisam”, comenta.
A gerente de Benefícios, Transferência de Renda e Programas da Secretaria de Estado da Assistência Social, Mulher e Família, Magna de Paula, explica que para ter direito ao benefício estabelecido pela Lei nº 18.327, a mulher precisa ter três ou mais bebês numa gestação e a renda da família de até 75% do valor do salário mínimo divididos por membro da família. “Para cada criança, a família recebe um valor de R$ 541,28 e o benefício é pago até os 18 anos de idade. Lembrando que se um dos filhos, por acaso falecer, os outros continuam recebendo o benefício, isso não implica cancelamento”, esclarece.
As mães catarinenses com gestação múltipla, que tiveram trigêmeos ou mais, são as únicas do país que recebem um auxílio financeiro do Governo do Estado para custear os cuidados com os filhos.
A secretária da SAS, Maria Heleza Zimmermann, ressalta que por meio desse benefício o Governo do Estado reafirma o seu compromisso de cuidar das pessoas e auxiliar mães e pais na criação dos filhos de gestação múltipla. “Hoje temos 104 famílias beneficiadas em 66 cidades catarinenses. O Governo do estado investe mensalmente mais de R$ 204 mil nesse benefício”, revela.
Como ter acesso ao Benefício de Gestação Múltipla?
Para dar início ao processo de concessão, a família interessada que atenda aos critérios da lei precisa se dirigir a um Centro de Referência em Assistência Social (Cras) com documentação como identidade, endereço, comprovante de renda entre outros, e fazer o cadastro que passa por uma análise para a liberação.
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