O percentual de famílias chefiadas por mulheres no país passou de 22,2% para 37,3%, entre 2000 e 2010. Segundo novos dados do Censo Demográfico de 2010, divulgados nesta quarta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), também aumentou o número de mulheres solteiras com filhos e o percentual de casais sem filhos.
Para o IBGE, é responsável pela família a pessoa reconhecida como tal pelos demais membros do lar. Conforme o levantamento, mais da metade dos responsáveis (56,8%) tinha entre 30 e 54 anos em 2010. O estudo diz ainda que 48,6% se declararam de cor branca, 41% eram de cor parda e 8,9% disseram ser de cor preta.
Os dados mostram ainda que as mulheres têm chefiado mais famílias mesmo quando possuem marido. Nesses casos, houve um aumento percentual de 19,5% para 46,4%, entre 2000 e 2010.
Segundo o IBGE, esse aumento se deve a uma “mudança de valores relativos ao papel da mulher na sociedade e a fatores como o ingresso maciço no mercado de trabalho e o aumento da escolaridade em nível superior, combinados com a redução da fecundidade”.
No mesmo período, caiu de 77,8% para 62,7% o percentual de famílias que têm um homem como responsável. Quando há a presença de cÔnjuge, também houve queda, de 95,3% para 92,2%.
Na maioria dos casais, responsáveis e cÔnjuges possuem algum tipo de rendimento (62,7%), independentemente do sexo. Já quando a mulher é responsável, em 66,4% dos casos ambos têm algum rendimento, contra 61,6% quando o homem é responsável. Isso significa que, quando a mulher é responsável pelo lar, é menor a proporção de homens que contribuem com a renda familiar.
Entre as famílias com responsabilidade feminina, em 21,2% a mulher responsável não tem rendimento, só o cÔnjuge. Esse percentual é de 5% nas famílias sob a responsabilidade do homem e 8,7% entre ambos.
O Censo também traz dados sobre a responsabilidade compartilhada, que foi verificada em 34,5% dos domicílios ocupados por apenas uma família (15,8 milhões).
Casais sem filhos
Ainda conforme o IBGE, houve aumento de casais sem filhos (com ou sem parentes no convívio), que passaram de 14,9% para 20,2% do total de famílias brasileiras. Os números significam que um a cada cinco casais brasileiros não tem filhos. No mesmo período analisado, os casais com filhos caíram de 56,4% para 49,4%.
Entre outros fatores, o IBGE credita a evolução a “mudanças na estrutura da família, maior participação da mulher no mercado de trabalho, baixas taxas de fecundidade e o envelhecimento da população”.
Também avançou o número de famílias onde os filhos vivem só com a mãe solteira (de 11,6% para 12,2%, entre 2000 e 1010). Aqueles que vivem só com o pai passaram de 1,5% para 1,8%. Essas famílias são compostas por quem teve seus filhos sem contrair matrimÔnio ou retornou à casa dos pais por motivo de separação ou divórcio, diz o IBGE.
Entre as famílias que dividem um mesmo domicílio, a maioria é de mulheres solteiras com filho (53,5%), seguida de casais com filhos e casais sem filhos, representando cerca de 91% do total de famílias que convivem entre si. Já as famílias reconstituídas, formadas após a separação ou morte de um dos cÔnjuges, representavam 16,3% das formadas por casais.
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