Uma família de Concórdia, no Oeste de Santa Catarina, decidiu pela doação dos órgãos do filho de um ano e meio, que eles julgam estar morto. Porém, em todo o estado não há nenhum hospital, público ou privado, que possua o equipamento necessário para fazer o diagnóstico de morte cerebral em crianças de até dois anos.
O coordenador da Central de Captação, Notificação e Distribuição de Órgãos e Tecidos de Santa Catarina (SC Transplantes), Joel Andrade, explicou que para realizar o diagnóstico de morte cerebral em crianças é preciso fazer dois exames com o equipamento com intervalo de 12 horas. A diferença deste encefalograma portátil para o convencional é que o portátil não sofre interferência dos outros equipamentos que existem em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Esses distúrbios fazem com que o médico não possa dar um diagnóstico preciso, o que é imprescindível para a constatação da morte cerebral.
Ainda segundo o coordenador, há dois meses a SC Transplantes vem tentando adquirir o equipamento, que pode ser usado em qualquer paciente. Para a criança de um ano e meio, a entidade entrou em contato com o Hospital Moinhos de Ventos, em Porto Alegre, e um técnico trazendo o equipamento saiu da capital gaúcha por volta das 14h desta sexta-feira (26) em direção a Concórdia.
O técnico deve chegar na cidade catarinense entre 20h e 21h. Logo em seguida, deverá ser feito o primeiro exame com o equipamento, afirmou o coordenador. Toda uma logística voltada para a doação dos órgãos já está montada e, caso o primeiro exame indicar morte cerebral, os procedimentos já irão começar. Após a realização do segundo exame, que será feito pela manhã, os médicos poderão confirmar se a criança está realmente morta. Às 8h de sábado (27) o diagnóstico já deverá estar pronto.
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