Fábrica de extintores demite 20% após fim da obrigatoriedade
Última atualização 22 de setembro de 2015 - 09:04:52
Começou a valer a resoluçÃo do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que torna facultativo o uso de extintores de incêndio em carros, caminhonetes, camionetas e triciclos de cabine fechadas. A medida foi anunciada na última quinta-feira (17) e publicada no Diário Oficial na sexta-feira (18).
Com a nova legislaçÃo, quem produz extintores já está tomando medidas para adequar a produçÃo a reduçÃo da demanda.
A associaçÃo dos fabricantes de extintores (Abiex) ainda nÃo consegue estimar a queda nas vendas, mas já afirmou que parte dos 10 mil trabalhadores envolvidos na cadeia produtiva perderá o emprego.
“Temos 32 fabricantes associados. Destes, metade faz extintores apenas para veículos. Há empresas que pararam a produçÃo”, afirmou Cláudio Sachs, diretor da Abiex.
É o caso da empresa Mocelin, do Paraná. “Estamos tentando enxugar ao máximo a produçÃo. Já foram 25 demitidos, mas certamente terÃo mais”, disse Francielly Peretto, gerente administrativa da empresa, que antes da medida contava com 130 funcionários, ou seja, as demissões correspondem a 20%.
A empresa também havia investido em modernizaçÃo da linha e expansÃo. “Quando a lei saiu, em 2009, apostamos que a produçÃo cresceria. Aumentamos a fábrica e compramos maquinário novo”, contou.
Agora, com estoque alto (a empresa nÃo forneceu números), há o risco de perder lotes de extintores.
“Se nÃo vendermos tudo até o fim do ano, e acredito que nÃo venderemos, vamos ter que jogar tudo fora”, completou.
Sem aviso
De acordo com o diretor da Abiex, a entidade sequer foi comunicada pelo Contran que a obrigatoriedade cairia. “Fomos pegos totalmente de surpresa, foi inesperado”, disse. Segundo Sachs, a entidade irá procurar o Contran para tentar mudar a legislaçÃo novamente.
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