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BANDEIRANTE
Uma audiência entre o governo do Estado e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, na última sexta-feira, dia 7, em Florianópolis, trouxe de volta a possibilidade da instalação provisória da comunidade indígena Guarani no interior de Bandeirante. Após mais de um ano e meio de tratativas, em dezembro do ano passado o governo suspendeu a compra da área. Porém, na audiência de sexta-feira, foi debatida a problemática da demarcação da reserva indígena do Araçaí, território entre os municípios de Saudades e Cunha Porã.
A área do Araçaí é pleiteada na justiça por índios Guaranis que hoje vivem em Chapecó, em um espaço cedido por índios da tribo Kaingang. Segundo o deputado estadual Dirceu Dresch (PT), a reunião de sexta-feira encaminhou a compra da área. “Foi uma audiência definitiva, na qual reunimos todos os envolvidos na questão e foi possível convergir para um encaminhamento concreto, que tem a concordãncia dos indígenas, dos agricultores, do Ministério Público, do governo estadual e do Ministério da Justiça, que é a compra de uma área provisória”, afirmou o parlamentar.
A área de 800 hectares em linha Riqueza do Oeste, em Bandeirante, receberia temporariamente as 30 famílias guaranis até a decisão da justiça sobre o Araçaí. O cacique da tribo Guarani, Marco Mariano de Morais, conversou com a reportagem do Gazeta Catarinense e confirmou as tratativas. Segundo o cacique, foi fixado o prazo de 10 dias para que o governo do Estado compre a área e dê garantias de que a estrutura necessária para a instalação da tribo seja construída. Marco Mariano afirma que, após isso, deve ser assinado um acordo entre as partes, mas ressalta que somente após a compra concretizada e as garantias dadas. “Tem que ser dentro do prazo. A gente tá cansado de ser enrolado”, desabafa.
O deputado Maurício Eskudlark, que desde o início se manifestou contra a instalação dos índios em Bandeirante, segue com sua posição contrária. Para Eskudlark, a ida dos índios para Bandeirante não ajuda em nada a resolver o conflito do Araçaí, pois é apenas uma estadia provisória. Na visão do parlamentar, a problemática envolvendo a questão do Araçaí só seria solucionada com a anulação do decreto do Ministério da Justiça, o qual declarou o território do Araçaí área indígena e originou a disputa judicial.
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