Santa Catarina registrou a oitava morte por dengue neste
ano, o maior número de óbitos registrados pela doença na história do Estado,
superando em pouco mais de três meses todo o ano de 2021, quando foram sete
mortes.
Segundo a Dive (Diretoria de Vigilância Epidemiológica) da
Secretaria de Estado da Saúde, esse número de vítimas pode dobrar, já que
existe ainda outras oito mortes sob suspeita e em investigação.
Seis dos óbitos por dengue foram em municípios da região
Oeste: dois em Chapecó, dois em Seara, um em Romelândia e outro em Itá.
Além de uma morte em Criciúma, no Sul do Estado e outra em
Ascurra, no Vale do Itajaí.
Outras três regiões preocupam, os órgãos de saúde: Grande
Florianópolis, Vale do Itajaí e Nordeste.
A Dive informou que 16 municípios estão em situação de epidemia
de dengue, todos no Oeste.
A caracterização de epidemia ocorre pela relação entre o
número de casos confirmados e o de habitantes.
O nível de transmissão epidêmico é quando a taxa de
incidência é maior de 300 casos por 100 mil habitantes.
O secretário de Estado da Saúde interino, Alexandre Lencina
Fagundes, informou que a secretaria está em alerta.
Na quarta-feira (6), ele e uma equipe visitaram Chapecó,
preocupados com a gravidade da situação na região. “A Saúde está em alerta,
fazendo essa interlocução e dando suporte aos municípios”, disse.
Fagundes destacou que o Estado fará uma série de
enfrentamentos à doença.
Prevê o retorno das salas de situação nos municípios, ações
de vigilância e manejo das pessoas, ou seja, quebrar o ciclo biológico do
mosquito transmissor da dengue (Aedes aegypti) e o manejo adequado clínico nos
casos de contaminações dos pacientes.
“O objetivo é barrar a transmissibilidade do vírus. Vamos
realizar forças-tarefas para quebrar o ciclo biológico do mosquito. Temos
previsão de chuva e sol para os próximos 40 dias e isso se torna um ambiente
propício para proliferação do mosquito”, afirmou o secretário.
Casos notificados em 2022
Segundo o último boletim epidemiológico da Dive, publicado
no dia 26 de março, nos três primeiros meses do ano foram notificados 14.937
casos de dengue em Santa Catarina.
Desses, 5.478 foram confirmados.
Do total de casos confirmados, 4.156 foram autóctones
(transmissão dentro do Estado), 60 foram importados (transmissão de fora do
Estado), outros 1.202 casos estavam em investigação de LPI (Local Provável de
Infecção) e 60 são indeterminados, pois não foi possível definir o LPI.
Até o último boletim divulgado, 16 municípios catarinenses
atingiram o nível de epidemia: Maravilha – que apresenta o maior número de
casos autóctones, com 16,3% do total de casos de 2022 – Seara, Iporã do Oeste,
Belmonte, Concórdia, Romelândia, Abelardo Luz, Itá, Xanxerê, Guaraciaba, São
José do Cedro, Coronel Freitas, Mondaí, Caibi, Flor do Sertão e Santa Helena.
Dos casos confirmados, dez foram de dengue grave e sete
resultaram em mortes: cinco em Joinville, um em Camboriú e outro em
Florianópolis.
Em 2021, apenas quatro municípios tiveram em situação de
epidemia: Joinville, Navegantes, Camboriú e Santa Helena.
Já em 2020, o Estado considerou 11 municípios em epidemia.
Joinville apresentou o maior número de casos autóctones (8.689), representando
79,4% do total, e a taxa de incidência foi de 1.471,5 casos por 100 mil/hab.
Além de Joinville, os municípios em nível epidêmico foram: Águas de Chapecó,
Bombinhas, Caibi, Coronel Freitas, Formosa do Sul, Maravilha, Navegantes, São
Carlos, São Miguel do Oeste e Tijucas.
Sinais e sintomas
Normalmente, a primeira manifestação da dengue é febre alta
(39° a 40° C) de início abrupto, com duração de dois a sete dias, associada à
dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos.
Manchas pelo corpo estão presentes em 50% dos casos, podendo
atingir face, tronco, braços e pernas. Perda de apetite, náuseas e vômitos
também podem estar presentes.
Na forma grave, ocorrem sangramentos de mucosas (nariz,
gengivas), dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, letargia,
sonolência ou irritabilidade, hipotensão e tontura são considerados sinais de
alarme.
Alguns pacientes podem, ainda, apresentar manifestações
neurológicas, como convulsões e irritabilidade.
deixe seu comentário