Em três anos, salário do professor estará menor do que é hoje, esclarece deputada Luciane
Última atualização 21 de dezembro de 2015 - 13:49:38
A deputada estadual Luciane Carminatti argumentou, mostrou em números, mas nÃo convenceu a maioria dos deputados a votarem contra o projeto (PL 517/2018) que altera o quadro de pessoal do magistério público de Santa Catarina. Sob protestos da categoria, o plano de carreira dos professores foi aprovado na tarde desta quarta-feira (16), por 26 a 12. “O Governo do Estado discutiu uma proposta com o Sindicato dos Professores, mas enviou outro projeto que praticamente congela o salário nos próximos três anos”, lamenta Luciane.
De acordo com a parlamentar, hoje, sem mudanças na carreira e com os dois aumentos que o Governo deve aos professores (2015 sÃo 13,01% e 2016 mais 11,3%), somada a regência de classe, um professor de anos iniciais – licenciatura plena – receberia R$ 3.377,05. Conforme nova tabela proposta pelo Governo, esse mesmo professor terá a regência incorporada ao salário e passaria a receber uma gratificaçÃo de 12%, chegando a uma renda de R$ 2.684,89 mensal.
“Com essa alteraçÃo, o professor perde mais de 25% da sua remuneraçÃo, ou seja, 1/4 do que ele recebe. NÃo passa de uma maquiagem do Governo, pois ao incorporar a regência ele ultrapassa o valor do piso nacional, que é obrigatório, e praticamente congela o salário nos próximos anos. É isso que precisamos deixar claro para a sociedade, pois a educaçÃo catarinense perde ao desvalorizarmos ainda mais a categoria”, alerta.
Luciane lembra ainda que o Estado deixou de aplicar nos últimos anos os 25% obrigatórios na educaçÃo, conforme parecer do Tribunal de Contas. “SÃo quase R$ 3 bilhões desviados da educaçÃo para outras áreas, recurso que deveria ter sido investido na melhoria do ensino e na remuneraçÃo do professor”.
A deputada também questionou a mudança na contrataçÃo dos professores temporários (ACTs), que passarÃo a ser horistas. “Com o novo projeto aprovado (PL 518/2015), na prática, o Governo impede qualquer vínculo dos profissionais com a escola. Quem entende de educaçÃo, sabe que o professor precisa se envolver com o projeto político e estar integrado às ações do coletivo. Temos cobrado do Governo novos concursos públicos, pois hoje atuam cerca de 20 mil ACTs no Estado e nÃo dá para aceitar que esses professores sejam contratados como diaristas”, expõe.
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