Após uma semana de luto e aulas suspensas em razão da tragédia na boate Kiss, a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) retoma as atividades nesta segunda-feira (4) com uma série de medidas para receber os estudantes. Entre as 237 vítimas, 115 eram alunos ou ex-alunos da instituição. Outros estudantes estavam na boate na madrugada do último domingo (27) estão internados em hospitais de Santa Maria e de Porto Alegre.
Durante a semana em que ficou fechada, reitoria, professores, estudantes e servidores discutiram ações para que o recomeço das aulas seja menos traumático possível. O trabalho será focado no apoio psicossocial aos alunos que precisam.
O primeiro encontro entre a comunidade acadêmica ocorrerá em um culto ecumênico em homenagem às vítimas, marcado para as 9h, no Espaço Multiuso, próximo ao prédio da reitoria. Após a celebração, os alunos seguirão para suas respectivas unidades de ensino.
Nesse mesmo espaço, estará disponível um centro de acolhimento. Uma equipe de psicólogos, psiquiatras, enfermeiros e assistentes sociais atenderão os alunos que precisam de apoio. Se necessário, eles serão encaminhados para tratamento na rede municipal de saúde mental.
O coordenador-geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Alex Monaiar, alerta que é fundamental que os estudantes tenham acesso a informações sobre os sintomas que podem sentir depois de vivenciar a tragédia que tirou a vida de muitos amigos.
“Tristeza, falta de sono e de fome. É importante que todos saibam que essas e outras reações são absolutamente normais nesse contexto”, afirma ele.
Além dos psicólogos da própria universidade, especialistas da Força Nacional do SUS, que foram enviados à Santa Maria para auxiliar no tratamento de feridos e apoio a familiares e amigos, estiveram no campus discutindo o assunto e repassando orientações.
Outro medida tomada foi a flexibilização das avaliações e presença em sala de aula para os alunos que não estiveram em boas condições psicológicas e emocionais. A proposta foi apresentada pelo DCE e aceita pelo reitor Felipe Müller.
“Isso se dará em comum acordo entre estudantes e docentes. Não será um ou outro que vai decidir. Eles farão isso juntos. É importante que professores e alunos se encontrem, conversem e busquem soluções para os problemas que possam surgir”, diz Monaiar.
A partir desta semana, a universidade também começa a discutir ajustes no calendário acadêmico. Em razão da greve dos professores no ano passado, o término do segundo semestre de 2012 estava previsto para o dia 2 de março. Ainda não há definição se esse prazo será mantido após os cinco dias de luto oficial decretados pela tragédia.
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