Home Em audiência pública, professores repudiam exclusão do ensino religioso da Base Nacional Curricular

Em audiência pública, professores repudiam exclusão do ensino religioso da Base Nacional Curricular

Última atualização 24 de abril de 2017 - 10:01:39
A ComissÃo de EducaçÃo, Cultura e Desporto da Assembleia Legislativa promoveu, na manhà desta terça-feira (18), audiência pública para debater a exclusÃo do ensino religioso nÃo confessional da Base Nacional Comum Curricular. A reuniÃo foi solicitada pela AssociaçÃo dos Professores de Ensino Religioso de Santa Catarina (Aspersc), que manifesta profunda preocupaçÃo com a decisÃo do Ministério da EducaçÃo em suprimir a disciplina da terceira versÃo da BNCC.
Coordenada pela deputada estadual Luciane Carminatti, a audiência contou com a presença do secretário de Estado da EducaçÃo, Eduardo Deschamps, representantes do Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso (Fonaper) e professores da área de diversas regiões do estado.
A Base Nacional foi criada para orientar currículos das escolas públicas e privadas em todo o Brasil, no ensino infantil, fundamental e médio. Ou seja, estabelece critérios da educaçÃo básica necessários para a formaçÃo integral dos estudantes. E o Ensino Religioso, como ciência e nÃo como doutrina religiosa, é defendido pelos profissionais da área como parte integrante dessa concepçÃo incondicional de cidadania.
De acordo com Luciane, presidente da ComissÃo de EducaçÃo, ao extinguir o Ensino Religioso o MEC ignora a construçÃo coletiva da Base Nacional. “O Ministério da EducaçÃo nÃo é dono do saber. Precisa respeitar o processo democrático que resultou em mais de 12 milhões de contribuições de profissionais e especialistas brasileiros ligados à educaçÃo”.
Hoje, a Lei de Diretrizes e Bases da EducaçÃo Nacional (Lei nº 9.394/96) obriga a oferta da disciplina de Ensino Religioso nas escolas e faculta a matrícula dos estudantes. Ou seja, o aluno nÃo é forçado a frequentar as aulas. Porém, muitos municípios catarinenses tornam facultativa a oferta da disciplina, contrariando a legislaçÃo.
A Aspersc questiona a decisÃo isolada do MEC, pois a inclusÃo da disciplina na BNCC favoreceria os sistemas e redes de ensino a desenvolverem processos de formaçÃo continuada dos professores, a produçÃo de materiais didáticos e o fortalecimento do debate do estado laico, previsto na ConstituiçÃo Federal. Na segunda versÃo da Base Nacional, é assinalado o importante papel da escola em disponibilizar aos estudantes o conhecimento da diversidade dos fenômenos religiosos, tendo em vista a educaçÃo para o diálogo e convívio entre pessoas religiosas, agnósticas e sem religiÃo, combatendo exclusões e desigualdades e estimulando a convivência respeitosa.

Os professores alertam para o retrocesso na educaçÃo com a exclusÃo do ensino religioso da BNCC. É por isso que buscarÃo remediar a decisÃo junto ao Conselho Nacional de EducaçÃo, onde a Base Nacional está em avaliaçÃo. O CNJ é presidido pelo secretário Deschamps e promoverá neste ano cinco grandes audiências públicas em todo o país. Florianópolis sediará o encontro da regiÃo sul no dia 8 de agosto. “Será um momento ímpar para fortalecer a defesa da educaçÃo pública e laica. Enquanto ComissÃo de EducaçÃo, estaremos juntos nesse debate”, avalia Luciane.

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