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“É um prazer trabalhar na roça”

Última atualização 24 de julho de 2015 - 12:03:31

CAIBI
– Para chegar até a propriedade do agricultor Nédio Meazza, no município de
Caibi, foi preciso percorrer 29 quilômetros onde ele reside com seu pai, sua
filha e sua esposa. Usando um chapéu para proteger-se do sol, o agricultor
também esconde seus cabelos já grisalhos, e estampa em seu rosto a simpatia e a
cordialidade do homem do interior.

De
uma família de cinco irmÃos, ele foi o único que seguiu a vida de agricultor,
dando continuidade aos trabalhos de seu pai Santo Meazza. A família cultiva em
Caibi 110 hectares da cultura de milho e soja transgênica.

A
vida na cidade nÃo fez a sua cabeça, tanto que nÃo cogita a possibilidade de um
dia sair do campo. “Se eu mudaria para a cidade? A resposta está na ponta da
língua: NÃo!”, afirma. Desde jovem ele preferiu trabalhar a estudar e diz nÃo
se arrepender da escolha. “Escolhi ficar na roça porque gostava mais de
trabalhar do que estudar. Desde criança mais trabalhei do que estudei. NÃo tive
muita escolha, mas escolhi o que eu achei o melhor pra mim, que foi ter ficado
na roça e nÃo me arrependo desta escolha”, frisa.

Para
o agricultor, produzir o próprio
alimento, ter sossego aos finais de semana sÃo essenciais para uma vida
tranquila. “Vantagens de ter frutas e alimentos disponíveis o ano inteiro quase
de graça e água pura direto do poço. De ter o sossego dos fins de semana e a
noite fazer ‘serÃo’ nos vizinhos”, conta.

Sobre
as contradições de viver no interior, as questões climáticas às vezes se tornam
vilÃs de muitos agricultores. Apesar das previsões meteorológicas, ainda é impossível
prever se o tempo fará ‘chuva ou fará ‘sol’, intempéries e fenômenos naturais
sÃo riscos que os camponeses ainda estÃo à mercê. “Dependemos quase sempre das
condições climáticas que nos pegam de surpresa, e sofremos também com as
estradas às vezes ruins”, salienta.

Quando questionado sobre as mudanças na lida
no campo, Meazza esclarece que o trabalho braçal foi a principal mudança, além
das sementes mais resistentes e produtivas. “Tem menos trabalho braçal.
Antigamente o trabalho era manual e agora é tudo com maquinário. A tecnologia
das sementes mais resistentes e produtivas. E com isso, melhor condiçÃo de
vida”, comenta.

A
PRODUTIVIDADE AUMENTOU

A
tecnologia nÃo veio apenas beneficiar a populaçÃo urbana e as indústrias dos
centros metropolitanos. Muito ao contrário, a tecnologia num âmbito maior tem
auxiliado os pequenos, médios e grandes produtores rurais, que ao passar das
décadas se depararam com tecnologias avançadas para o plantio e colheita das
culturas tradicionais.

Deixando
de lado o cabo da enxada e partindo para maquinários cada vez mais
sofisticados. Agricultores tiveram a possibilidade de facilitar o serviço no
campo. As sementes geneticamentemodificadastambém
vieram com a proposta de aumentar a produtividade, baixar custos e diminuir o
uso de agrotóxicos. Os transgênicos vieram com uma revoluçÃo no ramo do
agronegócio, e hoje estÃo presentes em 90% das plantações.

Em
nossa regiÃo, isso nÃo é diferente, a exemplo de Meazza, que confirma o aumento
de 40% da sua produçÃo depois do uso das novas tecnologias. Com as terras
divididas em lotes,o agricultor colhe com a cultura de milho 200 sacas
por hectare e com a soja 60 sacas por hectare. Segundo ele, a produtividade de
uma safradepende do espaço, da qualidade da terra e do clima.

Atualmente
utilizando a transgenia. Ela foi apresentada ao agricultor há aproximadamente
10 anos, por meio da cooperativa da cidade que trouxe as empresas fornecedoras
da semente. “Começamos aos pouquinhos como teste e hoje plantamos praticamente
100% da produçÃo na propriedade, só deixamos um espaço para área de refúgio
para sementes convencionais”, explica.

Ele
admite que gostou das sementes transgênicas, pois agora utiliza menos
agrotóxicos na plantaçÃo. “Em cada aplicaçÃo que é feita vai 200 litros de água
e hoje você faz de uma ou duas aplicações por plantio”. Meazza faz um
contraponto com as sementes convencionais e diz que “tinha muito veneno para
aplicar e produzia pouco, tinha muita praga e insetos e nÃo tínhamos resultados
bons. Daí começamos a trocar e estamos avançando”.

O
agricultor paga pela transgenia o valor aproximado entre R$ 500 a R$ 600 e ele
garante que depois que usou o novo método, a sua produçÃo aumentou. “Melhoramos
a nossa qualidade de vida e temos um lucro maior com os transgênicos. Hoje nÃo
dá para ficar sem a tecnologia, toda vez que sair uma nova variedade tem que
testar e ver como ela se comporta para depois usar. Voltar para trás nÃo tem
mais como, tem que ir pra frente”, acrescenta.

Meazza
acredita que as novas tecnologias vieram para auxiliar a vida do agricultor,
possibilitando uma melhor qualidade de vida e aumentado à produtividade das
safras. O caibiense, no final das contas, se diz feliz com a vida que leva.
“Trabalho no que eu gosto e é um prazer para mim trabalhar na roça. É só o
clima ajudar que tudo fica melhor ainda”, finaliza

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