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“É necessário saber ouvir as pessoas”

Última atualização 26 de outubro de 2018 - 09:08:12
Jornais Adjori/ADI – Pesquisas internas apontavam que o senhor iria para o segundo turno ou o resultado foi uma surpresa?
Comte. Moisés – As pesquisas internas, e principalmente a percepçÃo que tínhamos nas ruas, indicavam que teríamos, sim, uma boa votaçÃo. Calculávamos que obtendo 20% dos votos, estaríamos no segundo turno. E que seria com outro candidato: MDB, nós e PSD. Nesta ordem. Quando a apuraçÃo foi concluída, fizemos 29%, índice muito diferente daquele anunciado três dias antes da eleiçÃo. Eles deram 9% de intençÃo de votos e nem margem de erro aproximaria este valor do que realmente obtivemos.
Adjori/ADI – A que o senhor atribui a ida para o segundo turno, sendo que nas pesquisas aparecia em quarto lugar?
Moisés – O que eu vejo é que as pesquisas eram falsas. NÃo se sabe se por metodologia ou intencionalmente. De fato, nÃo houve um crescimento absurdo nos últimos três dias. As urnas só mostraram a realidade que víamos nas ruas.
Adjori/ADI – O que mudou na estratégia da campanha no segundo turno das eleições?
Moisés – Passamos a ter o mesmo tempo de TV e rádio que o nosso concorrente. Eu tinha sete segundos e agora tenho cinco minutos. É uma vida! Dá para fazer uma novela! (risos). Por isso, a estratégia se volta mais para TV e rádio. Já temos mais de 60 mil seguidores no Facebook, nossa principal rede social. E isso em um espaço de tempo muito curto. Nossa página é a que tem mais engajamento dos internautas. Os grupos de WhatsApp também foram e sÃo importantes. SÃo pelo menos 500.
Adjori/ADI – A onda de fake news afetou o segundo turno?
Moisés – O primeiro turno foi tranquilo, talvez porque nÃo éramos uma ameaça. TÃo logo passamos para o segundo turno começaram as fake news e também os ataques pessoais. O problemaé que as mentirasnÃo atingem somente o candidato, mas corporações, organizações e até outros partidos.
Adjori/ADI – As propostas permanecem as mesmas ou há novas percepções após percorrer o Estado durante a campanha?

Moisés – Nosso plano de governo foi aperfeiçoado durante a corrida eleitoral. Percorrendo o Estado, percebemos as demandas de comunidades, de setores econômicos, de trabalhadores rurais. Uma das características necessárias é saber ouvir as pessoas. Governar para o próprio governo ou ter um programa rígido, inflexível, nÃo nos leva a lugar nenhum.
Adjori/ADI – O senhor eleitoaqui e o Bolsonaro eleito presidente, o que pode vir do modelo de gestÃo federal para o Estado?

Moisés – SÃo muitas as coincidências nas propostas, principalmente no que diz respeito às principais tarefas do Estado: saúde, educaçÃo, segurança e infraestrutura, para que o empreendedor possa crescer e gerar emprego e renda. Também segurança jurídica, seja para a atuaçÃo do policial, do empreendedor no que diz respeito ao meio ambiente, ao turismo, ao investimento em tecnologia. Há um alinhamento de pensamento do que queremos para o Brasil e para Santa Catarina.
Adjori/ADI – Em que aspectos o comandante Moisés se as-semelha e em quais se diferencia do capitÃo Jair Bolsonaro?
Moisés – Até onde eu sei, Bolsonaro passou pela máquina pública, no caso dele no Legislativo, de forma íntegra, ilibada, sem deixar mácula. Nisso eu me assemelho a ele. Tenho uma história de mais de 30 anos como bombeiro militar e sem manchas. Na questÃo pessoal, o que nos diferencia é que somos pessoas que se expressam de maneira diferente, apesar do pensamento convergente para projetos e planos de governo. Cada um tem seu estilo, sua forma de apresentar ideias e um temperamento diferente.
Adjori/ADI – Caso eleito, qual a primeira medida a ser efetivada e que poderá já estar na agenda dos catarinenses?
Moisés – A despolitizaçÃo dos setores públicos naquilo que compete ao Executivo nomear, e o enxugamento da máquina pública, incluindo o encerramentodas regionais. SÃo ações que vÃo trazer retorno imediato para o contribuinte, porque o dinheiro economizado vai se reverter em benefício direto para os cidadÃos. Para a ocupaçÃo dos cargos, vamos nos basear principalmente em critérios técnicos. NÃo vamos trabalhar nomes ou indicações antes de passarmos nesse vestibular que é a eleiçÃo. Se o eleitor entender que devemos governar Santa Catarina a partir de janeiro de 2019, só entÃo começaremos a fase de transiçÃo e composiçÃo.

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