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Documentação exigida para entrar e sair da Argentina gera protestos

Última atualização 21 de novembro de 2014 - 08:55:56

Problemas decorrem da documentação exigida pela Direção Nacional de Imigração Argentina aos que entram e deixam o país vizinho. Trãmites aduaneiros chegam a causar até duas horas de espera em dias de movimentação mais intensa, o quem tem “espantado” os visitantes brasileiros. Comerciantes argentinos reclamam de queda nas vendas

Quem tem interesse de visitar a Argentina para passeio ou compras utilizando o caminho da aduana em Dionísio Cerqueira, já deve ir preparado para enfrentar filas e longos períodos de espera se optar por um horário convencional em dias de maior movimento, caso de feriados e outras datas comemorativas. A demora se deve ao fato da Direção Nacional de Imigração Argentina ter aumentado o rigor no controle das pessoas que entram e deixam o país, pois passou a exigir documentação de todos, independentemente de nacionalidade, que atravessarem a fronteira, mesmo que seja apenas para fazer compras na cidade vizinha de Bernardo de Irigoyen, por exemplo.

Com falta de estrutura e poucos profissionais argentinos para fazer a documentação, os visitantes enfrentam até duas horas de filas para conseguir a documentação e o acesso em dias de movimentação mais intensa, o que tem “espantado”, principalmente, os consumidores brasileiros que vão comprar no país vizinho. Quem quer ir comprar reclama e o comercio fronteiriço também. Na segunda-feira, dia 17, um protesto organizado principalmente por comerciantes argentinos, foi realizado na aduana para pedir uma solução. Eles alegam queda nas vendas, alguns, inclusive, relatam diminuição de 50% no movimento.

A situação tem gerado muita discussão e reuniões envolvendo autoridades brasileiras e argentinas já foram realizadas. Conforme o inspetor chefe da Receita Federal de Dionísio Cerqueira, Arnaldo Borteze, o problema precisa ser resolvido pelo governo Argentina, pois nasce do maior rigor empregado pela Direção Nacional de Imigração do País vizinho, que alega ser uma medida de segurança. Para Borteze, o governo argentino deveria voltar a adotar o sistema anterior, o qual é semelhante ao brasileiro, que permite ao visitante ingressar até 50 quilÔmetros no país vizinho sem fazer a documentação.

Borteze afirma não crer que a Argentina mude o sistema de controle. “Alegam que é uma questão de segurança nacional, para impedir a entrada de pessoas com problemas com a justiça. Talvez isso valha para um aeroporto. Em uma fronteira seca como a nossa, quem tiver um problema com a justiça, não vai se apresentar aqui, vai procurar uma via alternativa. Se a ideia deles é realmente essa, não acho um controle muito inteligente”, comenta.

O novo sistema de cadastro das pessoas que entram ou deixam a Argentina teve início em outubro do ano passado mas não era realizado frequentemente. A medida passou a render reclamações há pouco mais de duas semanas quando passou a ser exigida a documentação de todas as pessoas, independente da nacionalidade.

CARTÃO FRONTEIRIÇO


Durante uma reunião envolvendo autoridades brasileiras e argentinas, na semana passada, foi proposto um Cartão Fronteiriço para pessoas que residam na região de fronteira terem livre acesso entre os dois países. Arnaldo Borteze entende que a medida pouco ajudaria no impasse, pois, segundo ele, como não há estacionamento, apenas fila única, mesmo quem tivesse o cartão precisaria esperar para que os demais façam a documentação.

Borteze mostrou preocupação ainda com relação ao aumento no fluxo de argentinos que deverão passar pela aduana para passar férias no Brasil. A preocupação decorre do fato de que a mesma documentação exigida para entrar no País argentino, também é necessária para sair dele.

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