O empresário Juliano Romancini, que foi parar nas manchetes dos principais jornais do Brasil em fevereiro de 2010, quando sofreu um acidente em um cãnion no município de Maquiné (RS), terá a sua história contata pelo canal de TV fechada Discovery Channel. O Programa “Viver para Contar” será exibido em fevereiro de 2013. A Discovery ainda não informou a data exata de exibição da entrevista. Segundo Juliano Romancini, no primeiro semestre de 2013 o programa será exibido para toda a América Latina e no segundo semestre do ano será apresentado na Discovery mundial.
Em junho deste ano, Juliano viajou para Porto Alegre (RS) para dar a entrevista, que durou 6 horas. A entrevista também teve a participação da esposa do empresário, a fotógrafa Danielle Paola Metz, do piloto do helicóptero, major Carlos Franck, do médico que lhe atendeu e dos canionistas Tatiana Bressel e Walter Martins Guerra Júnior, que ficaram com Romancini no cãnion na noite do acidente. “Duas semanas depois da entrevista, atores fizeram a dramatização do acidente na região de Aparados da Serra”, conta Romancini.
A produção do Programa “Viver para Contar” entrou em contato com o empresário de São Miguel do Oeste pela primeira vez em novembro de 2010. “Acredito que a Discovery Channel descobriu a minha história por meio de notícias veiculadas na internet. Logo depois veio o contato telefÔnico”, detalha Romancini. Além de contar a sua história no canal de televisão, Juliano tem o projeto de publicar um livro com a sua biografia. Para dar início a este projeto ele procura um escritor. “Futuramente, também pretendo ter a minha história contada em um filme”, complementa.
Acidente que mudou o jeito do canionista ver a vida
O acidente aconteceu às 18h do dia 10 de fevereiro de 2010, no município de Maquiné, divisa entre os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Juliano e um grupo estavam desbravando cãnions com o objetivo de sediar o Encontro Mundial de Canionismo, quando o inesperado aconteceu. “Uma tromba de água fez com que o rio subisse. Voltei para certificar se parte da equipe que estava atrasada não tinha sofrido nenhum acidente. Foi quando uma pedra se desprendeu da parede de uma cachoeira, de cerca de cinco metros de altura, e caiu sobre o meu quadril”, recorda Romancini.
O empresário teve que passar a noite no cãnion e o resgate chegou 18 horas depois. A partir daquele momento, a equipe de socorro começou uma batalha pela vida e contra o tempo. Romancini chegou ao hospital mais próximo quatro horas depois do resgate. “Mais tarde, descobri que com este tipo de fratura geralmente se vive apenas 7 horas. Eu aguentei três vezes mais este tempo até chegar ao hospital. Foi quando descobri que era mais forte que acreditava ser”, salienta o empresário, que ficou internado 72 dias no Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre.
Dos 72 dias no hospital, ele permaneceu 35 dias na Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) e 33 dias em coma induzido. A cirurgia foi feita 55 dias depois do acidente, quando Romancini conseguiu superar o quadro de infecções.
Romancini acredita que conseguiu superar os momentos mais críticos no hospital graças ao pensamento positivo, o poder da oração e seu condicionamento físico e mental. “Sempre procurei cuidar da minha alimentação, praticar esportes e levar uma vida saudável. O esporte em contato com a natureza fez com que eu entrasse em sintonia comigo mesmo e evoluísse como ser humano”, garante.
Para Romancini, a vida já não é mais a mesma depois do acidente. “O acidente mudou o meu jeito de ver a vida. Descobri que ter bens materiais não faz tanta diferença como viver com intensidade cada momento. Afinal, nunca soubemos o dia de amanhã”, enfatiza Juliano. O empresário conta que o acidente fez com que ele evoluísse e aprendesse a tirar boas lições mesmo em situações trágicas que parecem não ter uma solução. Estas experiências são repassadas para centenas de pessoas que participam de suas palestras e treinamentos da empresa Da Trilha.
Quase três anos depois do acidente, Juliano ainda precisa se submeter a sessões de fisioterapia, mesmo já não precisando da ajuda de muletas para caminhar. Com a convicção que o acidente não passou de uma fatalidade, em abril deste ano ele voltou a explorar cãnions durante um encontro internacional, realizado em Delfinópolis (MG). “Voltei a fazer tudo o que fazia antes. Jogo tênis, desço cãnions e participo de circuitos de aventura. Afinal, não podemos nos abalar com fatalidades e precisamos nos superar constantemente”, finaliza o empresário.
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