Home Diretor preso em operação usou senha do MEC, diz apuração da PF

Diretor preso em operação usou senha do MEC, diz apuração da PF

Última atualização 27 de novembro de 2012 - 14:55:56

O diretor afastado da Agência Nacional de Água (ANA) Paulo Rodrigues Vieira, preso na operação Porto Seguro, conseguiu senha privativa de funcionário do Ministério da Educação supostamente para alterar dados financeiros de faculdade que pertenceria à sua família.

Segundo as investigações da Operação Porto Seguro, há indícios de que Paulo Vieira é o dono da Facic e de outra faculdade, em Dracena (São Paulo), e que pode ter usado as instituições para negócios ilícitos.

De acordo com gravações obtidas pela Polícia Federal, Paulo Rodrigues Vieira usou a senha do servidor Márcio Alexandre Barbosa Lima, um dos indiciados pela Polícia Federal.

Veja o diálogo:

Paulo:Eu estou querendo entrar aqui no MEC com sua senha. Me arruma aí. A senha é MEC?

Márcio:É

Paulo:Querendo só sua senha para perambular aqui no MEC.

A PF investiga se Vieira conseguiu fraudar a avaliação da Faculdade junto ao programa federal que dá bolsa de estudo para alunos.

Delator do esquema
A polícia também interceptou conversas de Paulo Vieira com Cyonil da Cunha Borges, delator do esquema que culminou na operação Porto Seguro, que até 2011 era auditor do Tribunal de Contas da União.

No começo do ano passado, ele procurou a Policia Federal e devolveu R$ 100 mil, que disse ter recebido de Paulo Vieira, em duas parcelas _ R$ 50 mil foram deixados para ele na porta de um prédio, onde morou até 2011 e os outros R$ 50 mil foram entregues num encontro entre os dois, dentro de um taxi.

O advogado de Cyonil disse por telefone que depois dele denunciar a quadrilha à Polícia Federal, fez mais um contato com Paulo Vieira e usou a palavra “publicação” para pedir novos pagamentos, uma forma segundo o advogado de comprovar a corrupção.

A polícia começará a analisar os documentos e computadores apreendidos nas casas e nos escritórios dos investigados. Os arquivos copiados dos computadores do escritório da Presidência da República, em São Paulo, também serão analisados.

A polícia também sabe que os irmãos Vieira usavam o telefone de um restaurante da família, para fazer contatos. De lá partiram mais de mil ligações para o PR, Partido da República. Muitas foram para o deputado federal Valdemar da Costa Neto, do PR, condenado pelo Supremo Tribunal Federal no caso do mensalão. Numa delas, os irmãos conversam:

Paulo:O caso com o Valdemar é almoço amanhã, às 13hs viu?
Rubens:Tá bom, beleza!

O deputado Valdemar Costa Neto afirmou que mantém contato com Paulo Vieira há muitos anos e que torce para que as investigações esclareçam todo o caso.

O Ministério da Educação declarou que uma comissão de sindicãncia vai apurar eventuais irregularidades atribuídas a dois servidores investigados. Um deles foi exonerado e outro está sob investigação de processo administrativo.

Os advogados de Rosemary Noronha e de Paulo Vieira só pretendem se pronunciar depois de analisarem o processo. José Weber Holanda e o advogado de Rubens Vieira não foram encontrados.

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