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Diretor diz que família terá que desocupar casa no Vila Nova II

Última atualização 9 de janeiro de 2015 - 08:17:47

Uma família que reside em uma residência na comunidade Vila Nova II terá que desocupar o local o mais breve possível. A casa pertencia a Edgar Rodrigues da Silva, entrevistado pela nossa reportagem no dia 26 de junho de 2014. Da Silva vivia sozinho na residência e tinha sérios problemas de saúde. Segundo o Diretor de Habitação, Cleumar Liebert a família invadiu a casa. Já a família, contesta esta afirmação

Uma família que reside há pouco tempo em uma das residências na comunidade Vila Nova II, próximo ao bairro São Luiz em São Miguel do Oeste, precisará deixar o estabelecimento o mais breve possível. Segundo informações do Diretor de Habitação do município, Cleumar Liebert, a família ocupou irregularmente a residência que será entregue para outra família cadastrada no projeto de habitação. No entanto, a família condena essa decisão e enfatiza que tem direitos de permanecer na moradia.

A casa onde a família reside atualmente era ocupada pelo morador Edgar Rodrigues da Silva, entrevistado pela nossa reportagem no dia 26 de junho de 2014. Da Silva vivia sozinho na residência e tinha sérios problemas de saúde. Vizinhos relatavam que a casa sempre foi ocupada por usuários de drogas e Da Silva vivia em condições desumanas dentro da própria casa. Meses depois da divulgação da reportagem sobre a situação do morador, ele foi internado e segundo informações do Ministério Público de São Miguel do Oeste, permanecerá por tempo indeterminado em recuperação.

No entanto, a família que hoje ocupa a casa garante que passou a residir com Da Silva no período antes de sua internação a fim de cuidá-lo. “A gente começou a cuidar dele quando ele se sentia ruim. O pessoal chegava na casa, usava drogas, então a gente veio morar com ele pra cuidar”, conta Cenira Marques de Siqueira, 57 anos.

Cenira vive na casa com o marido Darci AntÔnio dos Santos, 50 anos, e o cunhado Elci dos Santos, 48 anos. A moradora reclama que a moradia está sem água desde que a família passou a residir com o antigo morador. “Como que a gente vai viver sem água? Tomamos banho no esgoto, não tem como limpar a casa”, relata a moradora.

Os objetos pessoais de Edgar Rodrigues da Silva ainda estão guardados na residência. “A cama dele, o fogão a lenha, a geladeira. Guardamos tudo pra ele pra quando ele voltar”, comenta Cenira.

Diretor de Habitação diz que não vai ceder pressão da família


O Diretor de Habitação, Cleumar Liebert disse que o irmão de Edgar Rodrigues da Silva havia solicitado o corte de água e luz da residência. “O irmão dele que possui a sua interdição, pediu que estes gastos fossem cortados e em seguida desistiu da residência, por se sentir inseguro no local após ter recebido ameaças. Ele disse para nós que Edgar não possui condição nenhuma de retornar para aquela casa”, explicou.

Liebert disse ainda que não vai ceder à pressão da família. “Têm regras a serem seguidas conforme o cadastramento das pessoas. Para ocupar a casa existem as prioridades para as pessoas idosas, as que estão há mais tempo cadastradas, com o número maior de filhos e quem faz esta análise é o Conselho Municipal de Habitação. Se eu for autorizar a ligação da água na residência por exemplo, vou estar homologando a ocupação irregular”, enfatiza.

De acordo com o Diretor de Habitação, o município possui mais de mil famílias que moram em áreas ocupadas irregularmente, a exemplo do Morro da Fumaça e Pedreira. “Estamos trabalhando no processo de regularização da Vila Basso, outro processo na Linha Cruzinhas. O município possui mais de 30 áreas irregulares. Com base nos estudos que estamos fazendo, vamos encaminhar o processo e o judiciário nos dará a sentença do que será regularizado e que o não poderá”, contextualiza.

Liebert ainda comenta que existe um projeto de habitação popular em uma área do bairro Jardim Peperi. “Nesse primeiro trimestre vamos licitar uma empresa para fazer o loteamento, levantamento ambiental e outros procedimentos necessários para esta habitação popular, mas precisamos seguir indicando as famílias que estão cadastradas e que possuem as prioridades conforme consta na lei”, argumenta.

Quanto a situação da família da comunidade Vila Nova II, Liebert disse que a promotoria da justiça enfatizou que deverá ocorrer a reintegração de posse. “Vai precisar haver a desocupação da moradia. É uma situação difícil, a gente quer ajudar mas não depende apenas da gente”, lamenta.

A reportagem do Jornal Gazeta Catarinense entrou em contato com o Ministério Público de São Miguel do Oeste, mas, devido ao período de recesso, não obteve resposta até o fechamento desta edição.

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