Home Dilma cita importância de Mercosul forte e saúda adesão da Bolívia

Dilma cita importância de Mercosul forte e saúda adesão da Bolívia

Última atualização 10 de dezembro de 2012 - 11:06:27

BRASÍLIA, 7 Dez (Reuters) – A presidente Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira que o fortalecimento do Mercosul é importante para que os países do bloco enfrentem as turbulências do mercado internacional e saudou a adesão da Bolívia ao grupo, marcado por disputas protecionistas no último ano.

Dilma, que tem implementado diversas medidas para aumentar a competitividade da indústria numa tentativa de reanimar a economia brasileira, destacou a capacidade de produção dos países do bloco, que formam um mercado de “grandes dimensões” e pediu por maior integração comercial entre as nações.

“A permanência desse cenário global de crise torna ainda mais evidente a importãncia da nossa integração, que é o que fará cada um de nós mais fortes e mais aptos a enfrentar as turbulências do mercado internacional”, disse Dilma na abertura da reunião com chefes de Estado do bloco, cuja principal ausência foi a do presidente venezuelano, Hugo Chávez.

“O Mercosul, nas condições em que estamos, tem que integrar-se cada vez mais através do comércio, através de suas cadeias produtivas, melhorando sua competitividade”, disse ela.

A presidente citou a aspiração dos países do bloco –tradicionais exportadores de matéria-prima– de aperfeiçoar a produção e inovação, o que requer a “expansão da infraestrutura logística, capacitação massiva em áreas técnicas e em setores estratégicos”.

BRASIL X ARGENTINA

Dilma e a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, se reuniram por mais de três horas após a cúpula e discutiram com diversos ministros brasileiros a relação bilateral em comércio, energia e investimentos.

A tensão na relação entre os dois países ficou mais acirrada nos últimos meses com o aumento das medidas protecionistas adotadas por ambos os governos.

“Foi acertado aumentar o comércio, diversificá-lo, encontrar maneiras de favorecer o intercãmbio comercial mais intenso não só entre o Brasil e a Argentina, mas na região”, disse o chanceler brasileiro, Antonio Patriota, a jornalistas após a reunião.

O ministro não respondeu a perguntas sobre as disputas comerciais entre os dois países. Ficou acertado que Brasil e Argentina farão uma reunião técnica entre os dias 14 e 18 de janeiro do ano que vem para discutir os pontos levantados no encontro desta sexta-feira.

O chanceler argentino, Héctor Timerman, também se disse “muito, muito satisfeito” com os resultados da reunião.

Esse foi o segundo encontro entre as presidentes em duas semanas. Na semana passada, Dilma fez uma viagem relãmpago à Argentina para participar de um evento da indústria local.

A cúpula discutiu a expansão do Mercosul, bloco comercial criado em 1991 também por Paraguai e Uruguai, e o comércio com a União Europeia.

Dilma deu boas vindas à Bolívia, cujo processo de adesão como membro pleno ao bloco está em fase avançada, e citou diálogo exploratório para a inclusão do Equador, cuja economia é dolarizada. Os presidentes de ambos os países, Evo Morales e Rafael Corrêa, respectivamente, foram a Brasília participar do encontro.

O processo de adesão de novos integrantes inclui a aprovação do Parlamento de todos os países membros. A única expansão do Mercosul ocorreu em agosto deste ano, quando houve a entrada da Venezuela.

SEM CHÁVEZ, SEM PARAGUAI

O encontro encerrou a presidência rotativa do Brasil e foi o primeiro a ter a Venezuela como membro pleno do bloco, mas sem a presença do presidente Hugo Chávez, o que alimentou rumores sobre seu real estado de saúde, após ter sido diagnosticado com cãncer por duas vezes nos últimos dois anos.

Chávez, de 58 anos, reapareceu em Caracas nesta sexta-feira, após ter passado por tratamento médico relacionado ao cãncer em Cuba.

O Paraguai segue suspenso do Mercosul devido ao rápido processo que levou ao impeachment do então presidente Fernando Lugo, em junho.

O bloco manteve a suspensão do país até a realização das próximas eleições presidenciais, em abril do ano que vem. A adesão venezuelana se deu à revelia do Paraguai, cujo Congresso era o único a não ter aprovado a entrada do país.

O presidente do Uruguai, José Mujica, assumiu a presidência temporária do bloco.

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