Muitas vezes a tristeza e a depressão se confundem. Sintomas como perda de apetite, sentimento de impotência, expectativa baixa, melancolia e dificuldade em realizar atividades do dia a dia costumam ser compartilhados entre os dois estados – e podem levar a falsos diagnósticos.
Enquanto a depressão precisa de tratamento e acompanhamento médico, a tristeza tende a passar com o tempo.
– O sentimento de tristeza é inerente à condição humana e a depressão é uma doença que precisa ser levada a sério e ser devidamente tratada, para que não se cronifique e fique mais grave – explica o psiquiatra Deyvis Rocha.
A depressão é um transtorno afetivo com evolução clínica que resulta em períodos de humor triste, diferente de simples desãnimo, mau humor, estresse ou preguiça. Segundo o psiquiatra, ela afeta pessoas de todas as idades e, se não for tratada, pode levar até ao suicídio. É importante que, na presença dos sintomas por mais de duas semanas consecutivas, o paciente procure assistência médica.
A tristeza, por outro lado, é um estado desconfortável que pode ser causado por acontecimentos como a perda de um ente querido, a lembrança de momentos difíceis ou o fim de um relacionamento. Pode ser uma dor psíquica ou moral, e se manifesta através de vontade de chorar, sentimento de impotência, desmotivação e angústia. Mas é um sentimento passageiro, e a pessoa triste ainda consegue se alegrar com situações do dia a dia. Gradualmente, esses sintomas diminuem e a rotina é retomada. O Dr. Deyvis ressalta que na depressão os sentimentos têm uma conotação mais negativa que na tristeza, e a pessoa tem mais dificuldade em retomar a alegria e o prazer.
O psiquiatra diferencia os sintomas de cada uma:
InsÔnia: sintoma comum de depressão, a insÔnia impede que a pessoa tenha um sono reparador, acordando no meio da noite ou não sentindo sono nos horários apropriados.
Distúrbios alimentares: a perda ou o aumento do apetite costumam ocorrer em pacientes com depressão, gerando uma diferença no peso de até 5% da ordem normal.
Dificuldade em aceitar o “não”: é um sintoma típico da tristeza. Normalmente, a dificuldade em aceitar uma realidade provoca desmotivação, além de interferir na autoestima, enquanto a rejeição e a incapacidade de encarar obstáculos provocam angústia e tristeza profunda.
Alteração de humor: normal em casos de depressão, em que o humor varia várias vezes ao longo do dia, junto com sentimentos de vazio e melancolia sem causa aparente – ou, quando uma causa é identificada, ela é desproporcional ao estado de humor.
Deyvis Rocha aconselha: manter a rotina equilibrada é uma forma de espantar a tristeza e se prevenir da depressão. Hábitos saudáveis, exercícios físicos, distãncia das drogas e do álcool e horários regulares de sono são maneiras de enfrentar a síndrome de “ficar de pijama em casa o dia todo”. No caso da depressão, além do acompanhamento médico, é importante que o paciente conheça seus limites e encare a doença de forma positiva, não se comprometendo com atividades que não pode cumprir.
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