O delegado Daniel Farias, titular da Polícia Civil em Palmitos desde julho de 2025, concedeu entrevista à TV Expresso detalhando o funcionamento da delegacia, o atendimento à comunidade e o enfrentamento de crimes na região.
Farias atua na Polícia Civil há mais de 10 anos, tendo iniciado sua carreira no Rio Grande do Sul, onde participou de investigações envolvendo desde crimes complexos ligados a facções criminosas até ocorrências de menor porte. Aos 38 anos, o delegado destacou a importância da empatia no trabalho policial e o acompanhamento psicológico para lidar com os impactos emocionais das ocorrências.
“O bom policial é aquele que tem empatia, e a empatia é a capacidade de sentir o que o outro sente, se colocar no lugar do outro, e se você perde a empatia, você consegue tomar, às vezes, decisões até mais racionais, porque você não se envolve, mas você perde a sua humanidade”, disse Farias.
“Aqui em Palmitos, desde que eu cheguei, nos dois meses que estou, tivemos três homicídios. É prioridade. Quando acontece um homicídio ou uma tentativa de homicídio, a delegacia para. Somos só nós quatro, e o esforço investigativo vai só para isso”, completou.
A delegacia de Palmitos conta atualmente com quatro profissionais, incluindo Farias, um agente, uma escrivã e o terceiro sargento da Polícia Militar Leandro de Oliveira, que integra a equipe como CTISP após aposentadoria na corporação. O delegado também responde pela cidade de Caibi e, em plantões regionais, atende 48 municípios da regional de Maravilha.
Farias destacou que a maior demanda da delegacia é relacionada à violência doméstica e familiar contra a mulher, seguida de crimes violentos ligados à criminalidade organizada. Ele explicou que medidas protetivas de urgência têm eficácia elevada, citando casos em que a vítima solicitou a medida e a polícia conseguiu realizar a prisão do agressor em flagrante. O delegado apontou ainda a necessidade de aprimoramentos na legislação e nos recursos de monitoramento, como tornozeleiras eletrônicas e aplicativos de alerta.
Entre as ocorrências recentes em Palmitos, o delegado relatou o detalhamento do procedimento investigativo em casos de homicídio, que envolve deslocamento da equipe, análise de imagens de monitoramento, preservação do local e instrução do procedimento para o Poder Judiciário.
Farias também explicou procedimentos operacionais da Polícia Civil, incluindo a abordagem em horários estratégicos para garantir a segurança dos policiais e evitar confrontos, e a importância da superioridade numérica nas operações.
Sobre o ingresso na Polícia Civil de Santa Catarina, ele informou que os cargos de delegado, escrivão e agente exigem nível superior, carteira de motorista e boa conduta social, sem idade mínima definida, sendo necessário comprovar experiência mínima de três anos em atividades jurídicas ou policiais para o cargo de delegado.
O delegado finalizou a entrevista reafirmando a disposição da Polícia Civil em prestar contas à população e a colaboração com o Judiciário e o Ministério Público para agilizar a investigação e garantir a proteção da comunidade.
Fonte: TV Expresso
Conversa abordou estrutura da delegacia, atuação em crimes violentos e medidas protetivas para mulheres
Foto: TV Expresso
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