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Covid-19: mais de 14 milhões estão com segunda dose da vacina atrasada

Última atualização 4 de novembro de 2021 - 21:23:23

 

Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta que mais
de 14 milhões de brasileiros estão com a segunda dose da vacina contra covid-19
em atraso de mais de 15 dias. A informação foi divulgada hoje (4) no segundo
Boletim VigVac, produzido pela Fiocruz Bahia, com base em até 25 de
outubro.

Os pesquisadores ressaltam que o número de pessoas com a
dose em atraso de mais de 15 dias duplicou, entre 25 de setembro e 25 de
outubro, saltando de cerca de 7 milhões para 14.097.777. Cerca de metade dos
atrasados já deveria ter tomado a segunda dose há mais de 30 dias e 14% deles
já perderam o prazo há mais de 90 dias.

A análise levou em conta apenas atrasos de mais de 15 dias
por considerar o tempo de entrada das informações na Rede Nacional de Dados em
Saúde (RNDS) e por entender que um tempo curto de atraso pode ocorrer por
motivos de dificuldade de agendamento e indisponibilidade das pessoas para se
vacinarem. Além disso, os pesquisadores ponderam que o risco individual não é
elevado em um intervalo relativamente curto de demora na conclusão do esquema
vacinal.

Entre as vacinas utilizadas no Brasil, AstraZeneca,
Coronavac e Pfizer requerem a aplicação da segunda dose para que a imunização
seja considerada completa. O número de atrasos para a AstraZeneca é de
6.739.561; Coronavac, 4.800.920; e Pfizer, 2.557.296. Os dados do atraso na segunda
dose podem ser consultados em um painel mantido pela Fiocruz Bahia.

Motivos

Os pesquisadores alertam que o atraso diagnosticado no
sistema de informações do Ministério da Saúde pode ser justificado por
diferentes razões, como a própria demora em buscar a segunda dose, a lentidão
para registro na base de dados, o esgotamento e a sobrecarga das equipes de
gestão, vigilância e atenção à saúde, a disseminação de notícias falsas sobre a
imunização, a falta de estoque de reserva de imunizantes e mortalidade, dentre
outros.

Apesar dessa variedade de possibilidades, a pesquisa
ressalta que os gestores de saúde devem fazer uma análise cuidadosa para
identificar as causas mais prováveis do atraso em cada localidade. “Este
diagnóstico será útil para orientar as ações de estímulo à população para
completar o esquema vacinal”, recomendam.

“É fundamental adotar estratégias para aumentar a
adesão ao esquema vacinal completo, uma vez que os estudos sobre efetividade de
vacinação têm demonstrado que a proteção contra infecção, hospitalização e
morte é significativamente maior no grupo com esquema vacinal completo quando
comparado com o grupo com apenas uma dose da vacina. Também foi mostrado que a
proteção contra as novas variantes do Sars-CoV-2 é mais efetiva somente após
duas doses da vacina.”

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