Na carteira da escola, ao lado dos lápis e do livro, um moderno tablet. É o que defendeu o Uno Internacional, que faz parte do grupo editorial Santillana, em conferência realizadano Costão do Santinho, emFlorianópolis, nestefim de semana.
A proposta, implantada em cerca de 600 escolas da América Latina desde o ano passado, aponta para uma “atmosfera digital” do Ensino Infantil ao Médio, com tablets, projetores e uma prática de uso do meio digital no processo de aprendizagem.
De acordo com o diretor-geral da Santillana Brasil, Sérgio Quadros, o projeto é uma via para se ampliar os horizontes dos estudantes.
— No momento em que estiver online, o aluno pode ver um mapa de onde cada colega está, onde a sala está em relação à escola, além de ser possível um trabalho colaborativo, com uma atividade sendo desenvolvida na ColÔmbia e no Brasil, por exemplo. Estamos atrás desse potencial — diz.
Em um estágio inicial, os alunos utilizariam os tablets apenas na escola, contando com os computadores de casa para fazerem as tarefas. Apenas depois de se criar o hábito de uso dos equipamentos como estudo, os estudantes levariam os tablets para casa. Para Sérgio, cada escola e cada aluno tem um ritmo diferente para compreender a proposta, o que exigirá o acompanhamento constante do sistema de ensino.
A previsão é que a proposta passe a ser implantada nas escolas particulares do Brasil a partir do ano que vem. Mas a capacitação dos professores já deve começar no segundo semestre com escolas interessadas. Os custos também devem ser estimados de acordo com a realidade brasileira nos próximos meses. Os responsáveis apostam no interesse dos alunos nos recursos digitais para manterem a atenção nas aulas.
— Nesse primeiro ano de experiência, foi possível observar a expressão das crianças recebendo os tablets. É um projeto que mobiliza e traz interesse — reforça o diretor-geral da Santillana.
Para os especialistas na área, as propostas digitais são positivas, mas servir de mediação entre professor, aluno e conhecimento. O coordenador do curso de Pedagogia da Universidade Federal, Juares da Silva Thiesen, reitera a importãncia dos docentes nessas propostas.
— Se não tiver orientação, o aluno está com tablet, com tudo, mas as informações são tantas que ele não se apropria dos conceitos. Também em função dessas tecnologias, os alunos passaram a ler textos em fragmentos e há uma perda na profundidade de conhecimentos — reitera.
Mesmo assim, o educador e pedagogo José Zinder acredita que, com boa metodologia e capacitação de professores, as tecnologias só têm a ajudar.
— O aluno quer novidade, e a sala só com lousa é usada aqui desde quando Pedro Alvares Cabral chegou ao Brasil — afirma.
deixe seu comentário