Em algumas semanas ou meses, hospitais de referência para tratamento de covid-19 do Brasil podem não amargar mais a falta de respiradores em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para tratamento de pacientes graves. É que a indústria nacional uniu conhecimento e ampliou a capacidade produtiva de respiradores pulmonares em 8.200 unidades por mês. São seis projetos implantados a partir de uma articulação da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), com coordenação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e apoio da Associação Catarinense de Medicina (ACM).
Todos os projetos foram aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e alguns envolvem a associação de multinacionais com empresas do setor. A Novitech, de São Bernardo do Campo, São Paulo, e a Whirlpool se uniram para ampliar a produção de respiradores da empresa são-bernardense.
As indústrias GreyLogix, de Mafra; DeltaLife de São José dos Campos; a Fanem de Guarulhos; e a VentLogos de Vitória, capital capixaba, contam com profissionais dos institutos Senai de Inovação em Sistemas de Manufatura, de Joinville, para desenvolvimento de equipamentos ou processos produtivos. Outra ação institucional foi o apoio para viabilizar a parceria entre a WEG e a Leisntung, para produção de respiradores em Jaraguá do Sul, Santa Catarina.
“O agravamento da crise elevou substancialmente a procura por respiradores e por seus componentes, tanto no mercado mundial como no Brasil. Essas estratégias da Fiesc, Senai e ACM ajudam a buscar soluções dentro do prazo restrito que temos” afirmou o presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar.
O diretor-geral do Senai nacional, Rafael Lucchesi, observou que são grandes os desafios para ampliar a produção nacional no curto prazo, principalmente quanto a oferta de componentes depende de importação.
“O Senai, por meio de sua rede de Institutos de Inovação e de Tecnologia, apresentou-se para ser parceiro da indústria brasileira a fim de superarmos esses gargalos”, informou Lucchesi.
Vale observar que os governos, que chegaram a adquirir muitos produtos importados com preço nas alturas, com defeitos ou até inadequados, têm agora oportunidade de encomendar produtos locais, testados pela Anvisa e por preço bem mais acessível. Essa nova produção também pode entrar nos investimentos de doações que estão sendo feitas ao sistema de saúde. Caso a oferta seja superior à demanda, o Brasil pode até exportar num futuro próximo. As vendas externas que estavam em andamento antes da pandemia foram suspensas pelo Ministério da Saúde, que reservou toda a produção para o mercado nacional.
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