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Cineastas catarinenses apostam na produção de filmes de terror e suspense

Última atualização 9 de junho de 2015 - 08:24:37

Foto: Debrito Produções Cinematográficas / divulgaçÃo
Depois do sucesso dos favela movies e das comédias, a produçÃo crescente de filmes de terror e suspense indica o surgimento de uma nova aposta no cinema nacional. Nos últimos cinco anos, filmes como Quando Eu Era Vivo (2014), de Marco Dutra (com a cantora Sandy no elenco), e Mar Negro (2013), de Rodrigo AragÃo, foram alguns dos responsáveis pelo renascimento do gênero no Brasil. Em Santa Catarina, jovens diretores e produtores também investem em histórias macabras para atrair o público.
– Sempre fui fà do gênero, entÃo pensar em um roteiro de terror é algo natural para mim – conta Cíntia Domit Bittar, cineasta e sócia da Novelo Filmes, que em O Segredo da Família Urso trouxe referências de filmes como O Bebê de Rosemary, de Roman Polanski, para criar o clima sombrio e estranho da história de uma menina que é proibida pelos pais de entrar em seu quartinho de brinquedos.
Vencedor de diversos prêmios no Brasil e no exterior, o sucesso do curta estimulou a produtora de Florianópolis a seguir por essa trilha. As próximas três produções da Novelo serÃo de suspense e terror. Entre elas está o longa Quebranto, sobre um casal que vive momentos sobrenaturais e malignos na Ilha de Santa Catarina.
A história do grupo de amigos jovens e bonitos que vai passar o fim de semana em uma casa longe de tudo e de todos já rendeu dezenas de filmes assustadores. Alexander Siqueira, também da Capital, faz uso do clichê para abordar a homofobia no curta Feriado.
– A narrativa é a mesma de muitos filmes do gênero, onde os protagonistas normalmente sÃo casais héteros. Em Feriado, os personagens principais sÃo gays. Eles sÃo atraídos para uma festa e acabam sendo vítimas de um assassino homofóbico.
A produçÃo já foi exibida em cinco países e, assim como O Segredo da Família Urso, poderá ser conferida pelo público do Estado durante o FAM (Florianópolis Audiovisual Mercosul), a partir do dia 19.

Menos preconceito, maior interesse do mercado
Outro catarinense que está tocando o terror é Marcos DeBrito. Nascido e criado na Capital, ele estudou cinema em SÃo Paulo, onde vive atualmente, e sua mais recente produçÃo é Condado Macabro. Gravada em 40 dias no Mato Grosso do Sul, é sobre um massacre de jovens em uma mansÃo perto da floresta. Um palhaço coberto de sangue tenta provar sua inocência para um policial que o encontrou na cena do crime.
Em maio, Condado Macabro recebeu o prêmio de melhor longa-metragem no Fantaspoa (Festival de Cinema Fantástico de Porto Alegre) e estreou em Santa Catarina durante o CineramaBC, em Balneário Camboriú. A produçÃo deve chegar às telas de cinema de todo o Brasil no mês de setembro. Uma editora também já fechou contrato com DeBrito para transformar o roteiro em livro.
– Antigamente havia mais preconceito com o cinema de terror, as pessoas o consideravam menor. Hoje, muito diretores conhecidos querem fazer filmes do gênero. Acho que o Brasil tem um grande potencial para produzir usando os clichês norte-americanos, mas situados dentro da nossa cultura. Percebo uma abertura maior do mercado – e mesmo sendo bem mais leves e com menos sangue, a trilogia Crepúsculo e a minissérie da Globo Amorteamo sÃo alguns exemplos desse interesse pelo terror e suspense – acredita DeBrito.

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