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Cientistas dizem ter descoberto origem do câncer de mama

Última atualização 6 de junho de 2013 - 09:06:59

Em sua essência, o cãncer é uma célula entre milhões de outras que começa a funcionar mal. No caso do cãncer de mama, na maioria das vezes essa célula maligna fica nos ductos que levam o leite da glãndula mamária até o mamilo. Mas, por que ali e não em outra parte? O que há nesta região?

David Gilley, da Faculdade de Medicina da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, e Connie Eaves, do Laboratório Terry Fox da Agência para o Cãncer em Vancouver, no Canadá, ficaram perplexos ao descobrir a resposta.

Em seu estudo, publicado na revista especializada Stem Cell Reports, eles explicam como descobriram que todas as mulheres – propensas ou não a desenvolver cãncer de mama – têm uma classe particular de células-mãe com telÔmeros (estruturas que formam as extremidades do cromossomo) extremamente curtos.

Os cientistas se deram conta de que estes cromossomos, com as extremidades tão pequenas, fazem com que as células fiquem mais propensas a sofrer mutações que podem desenvolver o cãncer.

Diferentemente de muitos estudos sobre o cãncer, a investigação se deu em mulheres normais que doaram seus tecidos após terem se submetido a uma operação de redução de seios por razões estéticas.

“O que procurávamos eram possíveis vulnerabilidades em células normais que fizeram com que se tornassem malignas”, explicou Gilley à BBC Mundo.

Prevenção

Eles explicam que as células-mãe se dividem em células chamadas de diferenciadas ou finais, que, por sua vez formam o ducto mamário. E é nessas células em que se origina o cãncer de mama, afirmam os especialistas.

Eles observaram que quando os telÔmeros dessas células finais perdem sua função – que é a de manter a estrutura do cromossomo, evitando que suas extremidades se juntem ou combinem com os outros – pode ocorrer é “um verdadeiro caos” no ciclo celular que se segue.

Apesar de todas as mulheres terem células com telÔmeros bem curtos, nem todas desenvolvem cãncer de mama. Em alguns casos, porém, a multiplicação dessas células pode funcionar mal e produzir uma célula maligna, explica Gilley.

Para os especialistas, o estudo lhes permite entender o que está por trás do início do cãncer de mama e estabelecer marcadores que sirvam de parãmetros para exames a partir de amostras de tecidos e sangue, e poder monitorar todas as mulheres, especialmente as que têm alto risco de desenvolver o cãncer.

O que tentamos fazer foi olhar o cãncer de uma forma distinta, nos focando em como começa”, explica Gilley.

“Porque uma vez que o tumor se desenvolve, particulramente em alguns tipos de cãncer de mama, não há muito o que se pode fazer”.

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