A chuva que começou na quarta-feira e prossegue nesta quinta-feira já ajudou os reservatórios de água e também as lavouras do Oeste Catarinense. Em Chapecó foi registrada uma precipitação de 40,3 milímetros até o início da manhã desta quinta-feira. A última chuva tinha sido há duas semanas, de 39 milímetros. E no mês inteiro de setembro tinha chovido apenas 44,6 milímetros, o que representa apenas 24% de uma média história de 184,7 milímetros. Foi o quarto mês com volumes abaixo da média. No mês de junho choveu apenas 44 milímetros, ¼ da média de 176,2 milímetros e, em julho, foram 96,8 milímetros para uma média de 153 milímetros. No mês de agosto a chuva fechou em 43,8 milímetros bem abaixo da média de 136 milímetros
— Essa chuva foi ótima para as plantações pois a maioria dos agricultores estavam com soja e milho plantados. Ajuda a germinação e no desenvolvimento das plantas que já haviam germinado. Também é bom para as pastagens perenes. Para as águas ainda não é suficiente mas há previsão de mais chuva – disse o gerente do Centro de Pesquisa em Agricultura Familiar da Epagri, Alberto Höfs.
O engenheiro agrônomo da Cooperativa Agroindustiral Alfa, Ferdinando Brustolin, disse que as lavouras de milho já tiveram uma perda de cerca de 8% devido a estiagem, mas acredita a situação agora começa a normalizar. Para as lavouras de soja, onde o plantio iniciou, a chuva veio no momento certo.
O agricultor Gelcemir Piaia, de Chapecó, disse que para o milho a chuva veio tarde mas ajuda.
— Antes tarde do que nunca. O milho foi plantado em agosto, início de setembro e não germinou bem além de sofrer ataque de lagartas. Mas já ajuda. Pelo menos estanca a hemorragia. Para a soja foi muito bom pois tinha semeado 200 hectares e com essa chuva é certo que vai germinar bem. Além disso tem umidade para plantar mais uns cinco ou seis dias – afirmou.
Nos reservatórios a situação também melhorou. De acordo com o superintendente regional de negócios da Casan para a região Oeste, Daniel Scharff, não havia sistemas em situação crítica desde a chuva ocorrida há duas semanas. Mas, caso não chovesse havia novamente risco de manobras de registros em algumas cidades.
— A situação mais complicada passou. Caso essa chuva continue até domingo a gente não vê mais problemas pois passa a estabilizar os reservatórios – disse Scharff.
O responsável pela agência da Casan em Chapecó, Bruno Comunello Eleotero, afirmou que o nível da barragem do Engenho Braun, no Lajeado São José, subiu 50 centímetros na manhã desta quinta-feira e estava a 30 centímetros do vertedouro.
– Acredito que até o final da tarde chegue nesse nível (do vertedouro). Caso essa chuva dure mais dois dias vai normalizar o volume na represa. Caíndo chuvas com menores intensidades a cada 10 dias não teremos problemas nos próximos meses. Esperamos que com essa chuva os poços se recuperem também – disse Eleotero.
No entanto elas ainda são insuficientes para suspender o transporte de água no interior.
Em Seara o coordenador da Defesa Civil, Carlos Paludo, disse que a situação amenizou, houve uma melhora nas nascentes mas que o transporte segue para mais de 30 famílias, que recebem cerca de 200 mil litros de água por dia.
Em São Domingos o secretário de Agricultura Aldocir Anghinoni disse que a chuva foi maravilhosa para a lavoura mas ainda é necessário o transporte de 100 mil litros de água para cerca de 20 famílias. Em seis propriedades o abastecimento é para água potável e nas demais são para as criações de aves, suínos e bovinos.
Na quarta-feira foi registrada chuva de granizo em Chapecó e outros municípios da região, mas de pequena intensidade, sem prejuízos registrados.
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