Carros furtados em Caibi eram usados para manobras perigosas e depois abandonados, diz polícia
Última atualização 14 de dezembro de 2018 - 10:58:57
A Polícia Civil representou pela prisÃo preventiva de Anderson de Oliveira Santos, de 19 anos, Cleiton Gomes da Silva, de 23 anos, e Elizandro Rodrigues Santana, de 20 (Foto: Polícia Civil)
Na tranquila cidade de Caibi, com 6 mil habitantes, no Oeste do estado, a polícia viu crescer da noite para o dia o número de furtos de veículos. O que chamou a atençÃo foi a forma de atuaçÃo dos criminosos. A logística era sempre a mesma: os carros eram arrombados, furtados, danificados e depois abandonados. Com a prisÃo de um homem, o motivo dos crimes foi descoberto: os veículos eram usados para fazer manobras perigosas.
“Eles nÃo eram utilizados para fim de comercializaçÃo, de venda ou para cometer outros delitos”, confirmou o delegado de Caibi JoÃo Luiz Miotto.
Aldair Souza da Rosa, que é sargento da Polícia Militar, contou que estavam ocorrendo furtos todas as semanas. “Principalmente neste último mês aqui, estava anormal, né. A populaçÃo estava apreensiva”, disse.
MANOBRAS PERIGOSAS
A resposta da motivaçÃo para os crimes apareceu quando a Polícia Militar foi acionada para atender um acidente numa estrada da cidade. No local, a PM descobriu que era mais um carro furtado em Caibi.
O veículo pertencia ao pedreiro Isaías Schel. Ele ainda nem tinha terminado de pagar quando o carro foi furtado. “Olha aí, como é que vou fazer para arrumar isso aqui. NÃo tem nem explicaçÃo. Roubaram e detonaram. Agora vou ficar a pé”, diz ao ver o estado em que o carro ficou, com perda total.
Agora ele espera por justiça. “Só isso aí que nós queremos, que alguém enxergue isso aqui e faça justiça pra nós”, disse o pedreiro.
O motorista Anderson de Oliveira Santos, de 19 anos, que capotou com o carro de Isaías, foi preso em flagrante pela polícia. E foi com a prisÃo dele que os policiais descobriram o motivo de tantos furtos na cidade. “Somente pra utilizar esses veículos pra manobras perigosas, pra excesso de velocidade, enfim, algumas testemunhas flagraram os autores efetuando 'cavalo de pau' com os veículos, transitando em excesso de velocidade, causando um grande risco para as pessoas, pra populaçÃo”, diz o delegado.
Outra vítima foi a conselheira tutelar Noelci Bueno. O carro dela também foi furtado nas mesmas condições. “É muito susto, né, porque assim, a gente trabalha pra gente conseguir as coisas e quando você chega em casa à noite vai descansar pra dormir. E quando você acorda pela manhÃ, uma coisa que você lutou tanto para conseguir nÃo estava mais na frente da sua casa. Aí é complicado, né”, desabafa.
NOVAS PRISÕES
A polícia também descobriu que Anderson nÃo agia sozinho. A imagem de uma câmera de segurança flagrou um dos crimes na noite de 9 de novembro. A imagem mostra Anderson e mais dois homens se reunindo numa rua da cidade. Minutos depois, a imagem mostra eles saindo com uma caminhonete furtada, conforme a polícia.
O veículo foi encontrado quebrado horas depois. E era sempre assim, eles só paravam quando os carros nÃo tinham mais condições de andar. Na semana passada, a polícia de Caibi prendeu preventivamente os outros dois homens que, segundo a investigaçÃo, estariam envolvidos nos furtos dos veículos. A operaçÃo recebeu o nome de GTA , sigla em inglês do jogo de videogame “Grand Theft Auto”, no qual o jogador controla um criminoso.
Além de Anderson, Cleiton Gomes da Silva, de 23 anos, e Elizandro Rodrigues Santana, de 20, vÃo responder por pelo menos seis furtos de carros confirmados, segundo a polícia. Outros casos também sÃo investigados. “Chegou a um ponto extremo que eles furtaram um veículo em Caibi, vieram até Palmitos, cidade vizinha, onde o veículo foi abandonado em fato de ter sofrido um acidente de trânsito, furtaram outro veículo aqui [Palmitos] e retornaram pra Caibi”, disse o delegado.
Em depoimento à polícia, Anderson confessou os crimes. Já os advogados de defesa de Cleiton e Elizandro, que se manifestaram por nota à NSC TV, negaram a participaçÃo deles nos furtos dos veículos e afirmaram que as acusações nÃo procedem.
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