Aprovadas na parte teórica do concurso da Polícia Militar de Santa Catarina, Camila Santos Luz eFernanda Selonke não preenchem um requisito básico para entrar na corporação. “Fui classificada e no exame de saúde eliminada em função da altura”, contou Camila, que tem 1,62 cm. A colega Fernanda, de 1,56 cm, contou que durante a medição da altura os médicos sublinharam o número, querendo dizer que não tinha altura suficiente para ingressar.
Em vigor desde o início de 2013, a lei estadual aprovada pelos deputados, mas elaborada pela Polícia Militar, exige que a altura mínima de 1,65 seja utilizada para homens e mulheres. “Temos que entender que muitas vezes é necessário fazer o emprego da força. Essa altura fica mais conveniente para as atividades policiais militares. O corte, na realidade, sempre vai existir, com menos ou mais de 1,60, sempre vai ser polêmico”, explicouClaudete Lehmkuhl, tenente-coronel e chefe de comunicação da Polícia Militar de Santa Catarina.
Além da questão da altura, a proibição de tatuagens também está impedindo um advogado de ingressar na polícia. Segundo ele, durante o exame, o médico disse que ele não passaria, ao ver a tatuagem. “Eu me senti ofendido e descriminado. Na verdade, esse critério está sendo usado para julgar minha idoneidade, meu caráter, minha integridade moral pela extensão das minhas tatuagens”, disse ele.
Para a tenente-coronelClaudete Lehmkuhl, quem está com uma farda representa o Estado. “Quando você está com uma farda, também representa a lei. Isso torna importante que o corpo não tenha nenhum outro tipo de manifestação, que você não passe nenhum outro tipo de recado às pessoas que não o institucional ou da Polícia Militar”, explicou ela.
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