Um dos nomes mais influentes da equipe econÔmica transita agora pela política. O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, foi admitido nas articulações para reeleger a presidente Dilma Rousseff em 2014 e é um dos nomes que vão integrar a futura coordenação da campanha petista.
Segundo aFolhaapurou, Arno já participou de ao menos uma reunião de mapeamento político para fazer uma radiografia de alianças nos Estados.
Por enquanto, conforme relatos de pessoas próximas, ele tem ajudado nas projeções sobre futuras composições partidárias.
Ainda não se sabe qual função ele assumirá na coordenação da campanha. Arno pode inclusive atuar como coordenador informal se a situação da economia exigir sua presença no governo durante a disputa.
Interlocutores presidenciais afirmam que uma das principais funções será construir uma plataforma econÔmica para um eventual segundo mandato.
A influência de Arno Augustin no debate eleitoral causa surpresa até mesmo entre colegas de Esplanada dos Ministérios. No Palácio do Planalto, porém, assessores afirmam que experiências em campanhas petistas no Rio Grande do Sul o credenciam a um papel de destaque na disputa de 2014.
Em 2006, ele foi o coordenador da candidatura do petista Olívio Dutra ao governo gaúcho, que acabou derrotado pela tucana Yeda Crusius.
CONTROVERSO
Em pouco mais de dois anos de governo, o titular do Tesouro ganhou forte projeção e uma imagem controversa no empresariado, devido a seu estilo intervencionista, e no mercado financeiro, após as maquiagens contábeis realizadas para fechar as contas de 2012.
A relação difícil com o setor privado leva colegas a fazerem galhofa com a posição do secretário no ano que vem: “Ele só não será tesoureiro da campanha, ou não arrecadaríamos nenhum tostão”.
Apesar das resistências de fora, e muitas vezes de dentro, Arno foi subindo sucessivos degraus na confiança da chefe. Tanto que, hoje, opina em praticamente todas as áreas do governo, mesmo naquelas discussões mais estranhas ao Tesouro.
Em parco tempo, tornou-se um dos funcionários mais requisitados pelo Planalto, e é visto como um eventual sucessor de Guido Mantega (Fazenda), se a presidente conquistar mais um mandato.
A mais de um ano da corrida nacional, Dilma já começa a esboçar o perfil da equipe que tocará os bastidores da futura disputa. Pelo desenho atual, o grupo se assemelha um pouco com o time de 2010. Ali, as figuras centrais da campanha petista eram Antonio Palocci, José Eduardo Cardozo e José Eduardo Dutra, batizados à época de “os três porquinhos”.
Hoje, diz-se na Esplanada, de forma bem humorada, que a presidente já tem pelo menos dois “novos porquinhos”: Arno e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante.
Ambos devem operar o dia a dia da candidata, mas o grande estrategista da campanha e principal coordenador será o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Função que ele já desempenha desde 2010, com apoio do marqueteiro João Santana.
Outros dois possíveis nomes podem integrar o time de 2014: o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), o único “porquinho” remanescente da campanha passada, e o governador Jaques Wagner (PT-BA), para reforçar os palanques do Nordeste.
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