Em entrevista ao Gazeta Catarinense, o cacique da tribo Guarani descartou de vez a vinda da aldeia para Bandeirante. Segundo Marco Mariano de Morais, a comunidade está cansada de ser “enrolada” pelas autoridades e pede uma audiência com o governador Raimundo Colombo, que chega à região amanhã e cumpre agenda até sexta-feira.
Segundo o cacique, a tribo composta por 30 família segue no aguardo de um desfecho positivo do imbróglio judicial com relação à área do Araçaí, que engloba parte dos territórios dos municípios de Cunha Porã e Saudades, e que é disputada na justiça por agricultores e índios que se dizem os verdadeiros donos das terras. Hoje a tribo indígena vive na reserva Toldo Chimbangue, em Chapecó, onde dividem território com o povo Kaingang.
Lideranças do município de Bandeirante também tentam uma audiência com o governador. O objetivo é mostrar para a Colombo que os índios não querem se instalar na comunidade de Riqueza do Oeste, em Bandeirante. Uma alternativa levantada por lideranças locais e pelo deputado Maurício Eskudlark é de que a aldeia seja instalada no município de Ipuaçu, localizado próximo a Chapecó e que tem metade de seu território demarcado como reserva indígena. O cacique Marco Mariano diz que aceita discutir a segunda opção, mas ressalta que, caso saia vencedor da ação na justiça, a tribo vai requer as terras do Araçaí.
A reportagem conversou com o prefeito de Ipuaçu, Adilso Casal, que falou sobre a possibilidade da instalação de mais índios no município. Casal revela que ainda não foi procurado por ninguém para discutir a possibilidade e diz que para ser levada a diante a situação precisa ser amplamente discutida, já que, segundo ele, hoje a metade da população do município é de índios.
Conforme o prefeito, as muitas obrigações com o povo indígena e os poucos incentivos do governo dificultam. Ele acrescenta que, além de demorarem a chegar, os repasses não são suficientes para comportar os gastos com saúde e saneamento, por exemplo. Casal acredita que a chegada de mais índios é complexa e precisaria ser discutida em audiência pública.
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