Alguns jogos podem ser vencidos fora a técnica e a garra dentro de campo. Podem começar a ser construídos ainda antes de a bola rolar. Foi o que aconteceu com a Chapecoense, que entrou em campo com dois motivos para buscar o triunfo: presentear o técnico Gilmar Dal Pozzo, que completa um ano no cargo do time na próxima semana, e a volta do artilheiro Bruno Rangel, de fora há três rodadas, lesionado. E foi o camisa 9 do time catarinense quem fez a torcida sair do estádio ainda mais empolgada. Com a vitória por 1 a 0 sobre o Boa Esporte, a Chapecoense é líder da Série B até o Palmeiras entrar em campo, neste sábado.
A etapa inicial nada teve de emocionante, a não ser um mesmo lance, aos 15 minutos, com as duas equipes envolvidas. Após falta batida por Marcelinho Paraíba, Fabiano desviou de cabeça e quase fez a favor do Boa. A rede foi balançada no segundo tempo, envolvendo os homens de frente da Chapecoense. Tiago Luís começou a jogada e abriu com Soares, que cruzou para o artilheiro Bruno Rangel conferir seu 19º gol na Série B, aos seis minutos. No último lance do jogo, Francismar, do Boa, carimbou o travessão e viu a bola bater em cima da linha, saindo sem entrar. O lance foi motivo de discussão com a arbitragem ao final do jogo.
O triunfo em casa faz a Chapecoense chegar aos 43 pontos, um à frente do Palmeiras, que joga contra o Atlético-GO no Serra Dourada. Na próxima rodada, o time catarinense pega o Oeste, fora, segunda, às 19h30m. O Boa, que vinha embalado, sem perder há quatro rodadas, fica com 31, sem avançar para chegar ao G-4. Os mineiros recebem o Bragantino também na segunda, às 21h50m.
Sem chances, sem gols
Sem vencer há duas rodadas, a Chapecoense entrou em campo com uma nova ideia de time pela primeira vez nesta Série B: com três atacantes. Um deles era Bruno Rangel, artilheiro isolado da Série B, de fora há três partidas com uma lesão no joelho. O esquema, no entanto, deixou um pouco a desejar, pelo menos na primeira etapa. Não pelos três homens de frente, que fizeram o time da casa ficar perto do gol com mais constãncia, mas pelo meio-campo, porém, que se perdeu um pouco, sem ter um criador de jogadas. O mesmo não se pode falar do Boa Esporte, que, como sempre, tinha em Marcelinho Paraíba sua principal arma ofensiva.
O camisa 10 do time mineiro foi o responsável pelo primeiro lance de perigo dos visitantes, mas com ajuda providencial de um adversário. Após cobrança de falta, ele teve a ajuda de Fabiano, defensor do Verdão do Oeste que quase marcou contra, de cabeça, aos 15 minutos. No minuto seguinte, fortes emoções para a torcida do time catarinense, quando o goleiro Rodolpho falhou feio e deixou Fernando Karanga livre para cabecear, após cobrança de escanteio. A bola saiu do jeito certo da cabeça do atacante do Boa, que subiu de leve, só não entrando por capricho, no principal lance de perigo dos visitantes. Já a Chape se conteve com uma falta de Tiago Luís.
Rangel volta e dá 'liderança' à Chape
Convencido de seu esquema com três atacantes, o técnico da vice-líder da Série B fez seu time voltar igual na frente, mas diferente no meio. Sem um organizador na etapa inicial, o Verdão do Oeste voltou com Nenén para o papel. E foi ele quem quase abriu o placar, em lance individual aos quatro minutos. No minuto seguinte, Tiago Luís recebeu de Fabiano e perdeu gol quase feito, dentro da área. Mas foi de fora que ele se redimiu. Recuado, o atacante iniciou a jogada, passou por dois e abriu para Soares na direita, que cruzou e achou Bruno Rangel. Na área, o camisa 9 mergulhou bonito para fazer seu 19º gol na Série B, em seu retorno aos gramados.
Arrumado no meio, o time da casa passou a não dar espaços para o Boa Esporte, que se tornou presa fácil. Seu homem de confiança, Marcelinho Paraíba, não aparecia com a bola rolando – de falta, ele quase empatou aos 30 minutos. Mas era a Chape que chegava mais. Aos 26, Fabinho Gaúcho cruzou da esquerda, Rangel deixou passar e Soares perdeu grande chance. Foi o último lance do lateral no jogo, expulso minutos depois. Com um a mais e atrás no marcador, o Boa, claro apostou tudo, mas quase foi surpreendido. Aos 35, Athos fez linda jogada e quase fez por cobertura. Do outro lado, o quase entrou em cena para o Boa, em chutaço de Francismar, que bateu no travessão, voltou em cima da linha e saiu, tirando a chance de empate, mantendo a vitória da líder momentãnea da Série B.
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