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Brasil reforça ações de biossegurança para prevenir gripe aviária

Última atualização 12 de dezembro de 2022 - 16:44:41

Foto: Agência Brasil / Divulgação – O Brasil nunca registrou a ocorrência da doença em seu território

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa)
e avicultores estão reforçando as ações de biossegurança no país diante do
aumento dos casos de influenza aviária de alta patogenicidade (vírus H5N1) na
América do Sul.

O Brasil nunca registrou a ocorrência da doença em seu
território.

A influenza aviária, também conhecida como gripe aviária, é
uma doença viral altamente contagiosa que afeta principalmente aves domésticas
e silvestres.

Até o momento, foram notificados focos da doença em países vizinhos
como Colômbia, Equador, Venezuela, Peru e Chile. “Em alguns limitando-se a aves
silvestres e outros atingindo aves de subsistência ou de produção”, disse o
Mapa.

De acordo com a pasta, essa é a maior epidemia de influenza
aviária de alta patogenicidade ocorrida no mundo, e a maioria dos casos está
relacionada ao contato de aves silvestres migratórias com aves de subsistência,
de produção ou aves silvestres locais.

Em relação às infecções humanas, o Mapa ressalta que podem
acontecer por meio do contato com aves infectadas, vivas ou mortas, ou
ambientes contaminados com secreções respiratórias, sangue, fezes e outros
fluidos liberados no abate das aves.

“Já o risco de transmissão às pessoas por meio de alimentos
devidamente preparados e bem cozidos é muito baixo”, disse.

O período de maior migração de aves do Hemisfério Norte para
a América do Sul acontece de novembro a abril.

“Por isso, neste momento, o trabalho que vem sendo realizado
é o aumento das ações de vigilância pelo serviço veterinário oficial e órgãos
ambientais e o reforço das medidas de biosseguridade pelos produtores, com o
objetivo de mitigar os riscos de ingresso e disseminação da gripe aviária no
país”, disse o ministério.

A intensificação das ações de vigilância inclui, por exemplo,
a testagem de amostras coletadas de aves de subsistência criadas em locais
próximos a sítios de aves migratórias.

O objetivo é monitorar a circulação viral, permitir a
demonstração de ausência de infecção e apoiar a certificação do Brasil como
país livre da influenza aviária de alta patogenicidade.

 

Setor produtivo

O Mapa explicou ainda que a prevenção da gripe aviária H5N1
é responsabilidade de todos os atores da cadeia de produção, “a fim de
salvaguardar a sanidade da criação avícola nacional e mitigar os impactos
socioeconômicos de uma eventual ocorrência da doença em aves de produção
comercial”.

Nesse sentido, a Associação Brasileira de Proteína Animal
(ABPA) atualizou seu protocolo de biosseguridade com a recomendação de
suspensão imediata das visitas a granjas, frigoríficos e demais estabelecimentos
da avicultura do país.

A decisão é válida tanto para brasileiros quanto para
estrangeiros. “Apenas quem trabalha diretamente e exclusivamente na respectiva
unidade produtiva deve ter o acesso autorizado”, alertou a entidade.

A ABPA recomenda, ainda, que necessidades específicas e
emergenciais sejam analisadas diante das novas recomendações e “com duplicação
de cuidados”. A orientação é reforçar medidas de higienização e desinfecção em
granjas e outros locais produtivos, incluindo roupas e sapatos dos
profissionais e veículos que acessam as propriedades.

Em caso de viagem ao exterior, a recomendação é que o
profissional cumpra o vazio sanitário no retorno ao trabalho, como já é
protocolo. Esse é um período de quarentena para atestar ausência de qualquer
contaminação.

Segundo a entidade, a expectativa é que o status sanitário
do Brasil não seja afetado pelas notificações de influenza aviária de alta
patogenicidade em aves silvestres, ou outras que não sejam de produção
industrial, e de baixa patogenicidade em aves domésticas ou de cativeiro.

Dessa forma não deve acontecer o fechamento de mercado, como
prevê os regulamentos da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).

Em comunicado, a ABPA lembrou ainda que os casos registrados
na América do Sul ocorreram no litoral, em aves aquáticas locais e migratórias
e que existem questões geográficas que também protegem o setor de avicultura
brasileiro da doença.

“Mesmo assim, estamos em alerta total para manter o Brasil
em sua posição como maior exportador mundial e segundo maior produtor de carne
de frango, além de expressivo produtor de ovos. É uma questão setorial, mas
também de interesse da sociedade, já que são duas das proteínas mais consumidas
pela população brasileira”, ressaltou o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

De acordo com dados da entidade, as exportações de carne de
frango mantiveram alta em novembro, considerando produtos in natura e
processados. O total exportado foi de 375,6 mil, aumento de 12,2% em relação a
novembro de 2021. No acumulado do ano, as exportações brasileiras alcançaram
4,436 milhões de toneladas, com uma receita para o setor de US$ 8,976 bilhões,
29,3% a mais do que nos primeiros 11 meses de 2021.

 

Notificação

O Ministério da Agricultura alertou ainda que a primeira
linha de defesa contra a gripe aviária é a detecção precoce e a notificação de
suspeitas da doença.

Os casos suspeitos devem ser notificadas imediatamente,
presencialmente ou por telefone, aos serviços veterinários estaduais ou nas
superintendências federais de agricultura. A notificação também pode ser feita
pela internet, na plataforma e-Sisbravet.

A influenza aviária de alta patogenicidade é caracterizada
principalmente pela alta mortalidade de aves que pode ser acompanhada por
sinais clínicos, tais como andar cambaleante, torcicolo, dificuldade
respiratória e diarreia.

 

Vigilância

Em julho de 2022, a pasta publicou o novo plano de
vigilância de influenza aviária, contemplando a revisão de diretrizes para o
atendimento e identificação de casos suspeitos e para a vigilância permanente
da doença, por parte dos serviços veterinários oficiais.

Neste ano, já foram recebidas 34.205 amostras nos
laboratórios federais de Defesa Agropecuária em São Paulo e no Rio Grande do
Sul na vigilância ativa e passiva.

O plano também amplia a vigilância em aves comerciais e de
subsistência e inclui a amostragem em aves localizadas em propriedades que
estejam próximas a sítios de aves migratórias no país.

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