O chefão da Fórmula-1, o inglês Bernie Ecclestone, está disposto a realizar em Santa Catarina um Grande Prêmio de Fórmula-1. Independentemente dos problemas do autódromo de Interlagos, em São Paulo, a prova catarinense seria a segunda no Brasil e teria a denominação de GP do Mercosul, numa alusão à proximidade com os países vizinhos.
Durante a passagem do circo da F-1 pela China, o homem que colocou o Brasil no calendário da principal categoria do automobilismo em 1972 voltou a revelar insatisfação com Interlagos e chegou a falar em “sinal verde” para dar início as obras do projeto do Parque Beto Carrero World, em Penha.
O inglês esteve no último dia 20 de novembro em Penha para conhecer o projeto de construção de um autódromo no parque temático. O projeto é de autoria do alemão Hermann Tilke, designer das pistas mais modernas da categoria, e com quem Ecclestone mantém uma relação muito próxima, segundo o comentarista da Sportv, Lito Cavalcanti.
Na ocasião, a visita do chefão seria confidencial, mas foi divulgada quando o governador Raimundo Colombo percebeu o entusiasmo de Ecclestone com o projeto. Na época, o chefão da F-1 já brigava pela reformas em Interlagos, ao custo de R$ 120 milhões, e a visita, na véspera do GP Brasil, também tinha uma segunda interpretação: fazer pressão sobre a prefeitura de São Paulo para realização das obras.
Mas durante o fim de semana, em entrevista ao jornalista Livio Oricchio, correspondente do Estado de São Paulo na Fórmula-1, Ecclestone manifestou total insatisfação com o andamento da adequação do autódromo de Interlagos. E foi mais além, ao cogitar a possibilidade do Brasil ficar fora do calendário a partir de 2014, ano em que se encerra o contrato para São Paulo sediar a prova.
Questionado sobre as alternativas, Ecclestone não titubeou ao falar de Santa Catarina. O dirigente ficou “impressionado com a disposição daquela gente em levar adiante o projeto”. Procurado pela reportagem do Diário Catarinense, o empresário Alex Murad, do Parque Beto Carrero World, preferiu não se manifestar por não ter mais novidades sobre o projeto.
Entrevista
Alexandre Fernandes, Interlocutor voluntário  
Desligado da secretaria de Articulação Internacional do governo do Estado, Alexandre Fernandes se transformou no interlocutor voluntário entre Santa Catarina e o chefão da Fórmula-1, Bernie Ecclestone. Foi Fernandes que ciceroneou Ecclestone durante a visita a Penha em 20 de novembro.
Diário Catarinense — Você leu as declarações do Bernie Ecclestone na reportagem do Estado de São Paulo?
Fernandes —É exatamente o que está acontecendo. São Paulo está deixando a coisa escapar. Mas eu acredito que São Paulo ainda vai se mexer e não vai deixar o evento sair de lá. Só que o nosso GP seria o segundo no Brasil, o GP do Mercosul, já que o GP da Argentina deixou de ser realizado.
DC — O Estado faz algum tipo de exigência como tempo de contrato para sediar a prova?
Fernandes —A nossa proposta é de um contrato por 10 anos. Atualmente, o contratos são negociados de três em três anos, mas não faz sentido construirmos um autódromo para apenas três anos.
DC — E outras questões relativas a estrutura para receber o evento, como o aeroporto de Navegantes?
Fernandes —Pois é, será preciso receber seis Jumbos 747. Já temos um projeto para uma segunda pista de 2,6 mil metros no aeroporto de Navegantes. A Infraero inclusive já realizou as desapropriações.
DC — Estamos próximos de um acerto?
Fernandes —Conversei com ele na última sexta-feira. Devo ir a Londres na próxima semana. Acredito que estamos próximo “dos finalmentes”.
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