“Aprendemos muitas coisas ao longo da vida, mas jamais a perder”
Última atualização 1 de abril de 2016 - 14:25:13
PALMITOS –“Perder uma mÃe. Perder um pai. Perder uma irmÃ. Perder, sempre doí.Deixa marcas que nÃo sÃo esquecidas, marcas que até tentamos deixa-las escondidas, marcas que até as vezes somem, mas jamais desaparecem”. Essas palavras sÃo de alguém que está sentindo essa dor, Adriana Pereira, 38 anos, perdeu o pai, a mÃe e a irmà de nove anos, quando tinha apenas 18 anos.
Tudo aconteceu quando a tia de Adriana ligou para seu pai dizendo que a avó de Adriana estava passando mal. Na viagem foramo pai EugênioAntônio Pereira, de 44 anos, a mÃe Elisabete Pereira, de 38 anos, e a irmà Juliana Aparecida Pereira, de nove anos.
Adriana relata que no meio do caminho, o pai se deu conta que estava sem o documento do carro, entÃo ele voltou para casa pegar a documentaçÃo. “Aquilo pra mim já era um aviso para eles nÃo irem”, comenta. Chegando em Blumenau, um carro raspou na lateral do veículo deles, mas seguiram viagem. Quando chegaram ao destino (Joinville), avó de Adriana já estava melhor.
Segundo Adriana, o pai estudava e tinha uma prova prevista na faculdade, por isso partiram logo de Joinville para chegar a tempo em casa. “De acordo com o relato da minha avó, o meu pai teve um ataque cardíaco, minha mÃe tentou frear o carro, mas ela acelerou, ocasionando a colisÃo com o caminhÃo. O acidente aconteceu numa reta de três quilômetros, nÃo tinha marcas de freadas.”, relembra.
O acidente ocorreu no dia 9 de julho de 1996, por volta das 9h30, na BR470, quilômetro 79,9, no município de Rodeio/SC.“Meus pais morreram na hora, e minha irmà algumas horas depois”, relembra.
A DOR DA PERDA
O dia, a hora, e o local do acidente sÃo cicatrizes que vÃo permanecer em Adriana sem um tempo determinado. “Aprendemos muitas coisas ao longo da vida, mas jamais a perder, talvez nossa primeira grande liçÃo da vida devesse ser aprender a conviver com uma perda. E o pior é que temos consciência que mais cedo ou mais tarde nos depararemos com ela”, acredita.
Adriana confessa que durou três anos para realmente cair a ficha do ocorrido. Até que um dia decidiu criar uma página anônima no Facebook, com o objetivo de colocar para ‘fora’ tudo que sentia. “No início eu sentia muita revolta, como Deus foi levar minha família e nÃo eu? Por que eu fiquei?”, questiona.
Com o relato de vida, além de ajudar a si própria, ela também serviu de inspiraçÃo para outras pessoas que passam ou passaram pela mesma situaçÃo. “A página no início era anônima, mas aos poucos muitas pessoas começaram a curtir, e hoje chega a 33.734 curtidas no Facebook”, declara.
A página se chama “A dor da Perda” e foi criada em 2011. Adriana comenta que internautas de outras regiões e até de outros países a chamam para desabafar e trocar experiências de vida. “Várias pessoas me chamam inbox (em particular) para pedir conselhos, de me questionarem como eu passei por tudo isso”, declara.
Além de registrada na página pessoal nas redes sociais, Adriana tem o objetivo de tornar a história dela um livro. O projeto ainda está no início, com algumas páginas já redigidas, mas enquanto Adriana nÃo realiza seu objetivo de publicar o livro, que se chamará “A dor da Perda”, ela trabalha essa dor ajudando outras pessoas que estÃo passando pela mesma situaçÃo.
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