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Após 7 altas seguidas, Copom mantém juros em 14,25% ao ano

Última atualização 3 de setembro de 2015 - 09:41:23
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve o atual patamar da taxa básica de juros, a Selic, em 14,25% ao ano. A decisÃo foi anunciada nesta quarta-feira após a reuniÃo do comitê, formado por diretores e presidente da instituiçÃo.

A Selic passou por um ciclo de sete altas seguidas. Na última reuniÃo, em julho, o Copom aumentou a taxa básica em 0,5 ponto percentual, para 14,25% ao ano. Com esse reajuste, a Selic retomou o nível de outubro de 2006.

A taxa é o principal instrumento do BC para manter a inflaçÃo sob controle. Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o comitê reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produçÃo e ao consumo.

Ao manter a Selic no mesmo patamar, a sinalizaçÃo é de que as elevações anteriores foram suficientes para provocar os efeitos esperados na economia. A diretoria do BC tem dito que os efeitos de alta da taxa básica se acumulam e levam tempo para aparecer.

O BC tem de perseguir a meta de inflaçÃo estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 4,5%, com limite superior em 6,5%. A projeçÃo do mercado financeiro sinaliza que a inflaçÃo, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), está muito acima do teto da meta, em 9,28%. No próximo ano, a expectativa é inflaçÃo menor (5,51%), mas ainda acima do centro da meta.

A instituiçÃo tem prometido entregar a inflaçÃo na meta somente em 2016. Quando a meta é ultrapassada, o presidente do BC tem de enviar carta aberta ao ministro da Fazenda, com as explicações para o descumprimento. A última vez que isso aconteceu foi em 2003, quando a inflaçÃo atingiu 9,3%. Naquele ano, a meta era 4%, com intervalo de tolerância de 2,5%. Mas o BC propôs uma meta ajustada de 8,5%, que também foi ultrapassada.

No primeiro dia das reuniões do Copom, os chefes de departamento apresentam dados sobre a inflaçÃo, o nível de atividade econômica, as finanças públicas, a economia internacional, o câmbio, as reservas internacionais, o mercado monetário, entre outros assuntos.

No segundo dia, participam da reuniÃo os diretores e o presidente do BC. O chefe do Departamento de Estudos e Pesquisas também participa, mas sem direito a voto. Após análise da perspectiva para a inflaçÃo e das alternativas para definir a Selic, os diretores e o presidente definem a taxa. Assim que a Selic é definida, o resultado é divulgado à imprensa. Na quinta-feira da semana seguinte, o BC divulga a ata da reuniÃo, com as explicações sobre a decisÃo.


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