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Agroindústrias querem mais investimento em rodovias e ferrovias

Última atualização 29 de junho de 2018 - 10:55:39

Autoridades do agronegócio assumem que Santa Catarina já perdeu parte do protagonismo na indústria de frangos e suínos (Foto: Filipe Scotti)
Na tarde de quinta-feira, dia 22 de junho, a FederaçÃo das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) reuniu lideranças do agronegócio do Estado para discutir os problemas de infraestrutura que afetam a produçÃo de milho e de proteína animal. O setor vem enfrentando dificuldades logísticas há alguns anos devido à falta de insumos e de ferrovias e rodovias ideias para escoar a produçÃo.
Autoridades do agronegócio assumem que Santa Catarina já perdeu parte do protagonismo na indústria de frangos e suínos e que o problema pode piorar. “Santa Catarina tem que defender esse patrimônio. NÃo podemos perdê-lo. Certamente um componente importante é a infraestrutura e temos que ampliá-la para que possamos manter e fortalecer a nossa agroindústria”, disse o presidente da Câmara de Assuntos de Transporte e Logística da Fiesc, Mauro Cezar Aguiar. Ele defende que, enquanto nÃo houver uma ferrovia ligando o Oeste com o litoral, é necessário investir na BR-282.
Outro gargalo é a BR-470, que liga o Meio-Oeste com os portos do litoral norte. “Hoje usamos a BR-470 para tirar a produçÃo que está no Oeste. Se dependemos tanto do transporte rodoviário, é um absurdo pensar que as estradas sÃo quase intrafegáveis. É inacreditável”, disse o diretor-executivo do Sindicarne, Ricardo Gouvêa. A BR-470 é umas das rodovias que registra mais mortes no Estado e ainda espera duplicaçÃo.
A BR-163 é o terceiro problema. A estrada liga SÃo Miguel do Oeste com o Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. É desses três estados que Santa Catarina traz milho para produzir raçÃo para aves e suínos. Segundo a Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca, o Estado consome, por ano, 7 milhões de toneladas de milho, mas só produz 3 milhões. Recente avaliaçÃo da Fiesc sobre a rodovia apontou que as obras de restauraçÃo estÃo abandonadas, aguardando novo edital do governo federal.
As agroindústrias catarinenses temem um deslocamento da produçÃo do Oeste catarinense para o Centro-Oeste do país. Na regiÃo, o milho é cerca de 30% mais barato do que em Santa Catarina, o que diminui muito os custos de produçÃo. A boa notícia para os catarinenses é de que as indústrias de aves e suínos do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul enfrentam problemas com qualificaçÃo de mÃo-de-obra e grandes distâncias dos principais portos nacionais.
O diretor de relações institucionais da AssociaçÃo Brasileira de Proteína Animal (ABPA) Ariel Mendes, informou que no âmbito da associaçÃo há um grupo técnico estudando a questÃo do milho. “Partimos da avaliaçÃo de que se nÃo for resolvido o problema do milho, Santa Catarina vai perder competitividade. Aqui estÃo as melhores plantas que exportam para os melhores mercados mundiais. EntÃo é um patrimônio que temos que preservar”, disse. Ele informou ainda que está em andamento um estudo para redesenhar a logística catarinense para o setor. O trabalho deve ser entregue aos candidatos ao governo do Estado, à Presidência da República, deputados e senadores.

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