Fidelidade a mim e fidelidade às outras pessoas. O que é
mais importante? Provavelmente uma não exclui a importância da outra. Eu devo
ser fiel a mim, não posso deformar-me, mas viver em consonância interior,
segundo aquilo que é o meu ser. Se a fidelidade à outra pessoa for destruir a
fidelidade a mim, eu não consigo manter a fidelidade ao outro. Fidelidade à outra
pessoa significa: Você pode confiar em mim; estou ao seu lado assim como você
é. Fidelidade a uma outra pessoa também não significa que me deixe arrastar por
ela para o mal. Eu sou fiel, mas não me deixo arrastar, estou a seu lado, não
deixarei que caia se descobrir em você algo que não me agrada.
Algumas pessoas acham que não posso prometer fidelidade
porque eu mesmo mudo continuamente e a outra pessoa também muda. Fidelidade é
de fato a promessa de permanecer fiel a mim e a outra pessoa, apesar das
transformações que ocorrem em mim também nela. Digo sim a uma pessoa, a qual
não sei em que direção ela vai mudar. Neste sentido a fidelidade é também um
risco e um desafio, mas nesse desafio está o desejo de resumir minha vida em
uma palavra: Sim! É a única palavra na qual pode confiar a outra pessoa, e eu
também. A fidelidade é uma atitude, uma virtude.
Para os cristãos, a fidelidade de Deus para conosco é uma
razão por que nós não podemos ousar também ser fiéis. Por trás está a certeza,
Deus permanece fiel, mesmo quando somos infiéis a nós mesmos. Sua fidelidade
permite sempre mudança de rumo e regresso. A sabedoria Bíblica, no livro da
Sabedoria diz: “Amigo fiel é refúgio seguro, quem o encontra, encontra um
tesouro. Amigo fiel não tem preço, não há medida para o seu valor, amigo fiel é
um elixir de longa vida, os que temem o senhor, o encontrarão”.
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