Home Polícia Federal diz que grupo de 30 moradores de Santa Catarina participou de fraude na Previdência

Polícia Federal diz que grupo de 30 moradores de Santa Catarina participou de fraude na Previdência

Última atualização 4 de setembro de 2012 - 13:39:07

Trinta moradores de Santa Catarina estão numa lista da Polícia Federal (PF) de beneficiados em uma fraude que gerou um rombo de R$ 47,9 milhões na Previdência Social. Eles são das regiões de Florianópolis, Criciúma, no Sul, e Chapecó, no Oeste, suspeitos de receber aposentadoria por invalidez ou auxílio-doença a partir de atestados médicos falsos.

O grupo faz parte de um total de 945 pessoas que receberam ilegalmente o benefício, de acordo com a PF. A grande maioria é do Rio Grande do Sul. Um médico psiquiatra, dois advogados e um despachante previdenciário, sediados em Porto Alegre, foram indiciados como os responsáveis por articular os encaminhamentos. Eles estão em liberdade.

Os segurados foram descobertos através da documentação apreendida na operação Blindagem 2 da PF, no Rio Grande do Sul, em março. Eles conseguiam os atestados falsos com o médico em Porto Alegre e depois encaminhavam os processos numa agência do INSS. A PF não sabe se buscavam os documentos indo ao estado vizinho, se contavam com algum intermediário ou se recebiam pelos Correios.

-Houve essa propaganda boca a boca, essa eficiência do laudo desse médico, que correu o estado e chegou até Santa Catarina. São de 20 a 30 pessoas que obtiveram o benefício. E possível que tenha algum intermediário, alguém que atua na área aí (em SC)- disse a delegada da PF em Porto Alegre, Ilienara Cristina Karas.

A assessoria de comunicação do INSS em Brasília disse que os beneficiados serão chamados a partir do dia 10 deste mês e terão os processos revisados. Se for confirmada a irregularidade, o segurado poderá ter o benefício suspenso. O INSS informou também que eles poderão ser intimados a ressarcir os valores pagos.

Os processos administrativos serão encaminhados à PF para abertura de inquérito policial. A delegada afirmou que os beneficiados deverão ser enquadrados pelo crime de estelionato. A policial não soube informar o montante fraudado em SC. Há casos de benefícios pagos desde 2003, mas a maior parte deles foi concedida a partir de 2010. Variam de valores como R$ 900 a R$ 3 mil mensais.

De acordo com a investigação policial, o médico emitia laudos atestando doenças psiquiátricas e cobrava entre R$ 120 e R$ 140. Os pacientes do esquema criminoso não possuíam doença incapacitante. Além disso, alguns sequer iam até o consultório do médico, na capital gaúcha.

O golpe

O médico psiquiatra, que atende em Porto Alegre, era ajudado por dois advogados e um despachante previdenciário.

As pessoas chegavam ao médico de duas formas: por indicação dos outros três comparsas, ou por meio de outros clientes.

O médico expedia atestados de doenças psiquiátricas inexistentes nos clientes, cobrando entre R$ 120 e R$ 140. Às vezes, os clientes nem sequer compareciam ao consultório, recebendo o atestado pelos Correios.

Com o atestado em mãos, os clientes iam às agências do INSS no Estado ou em Santa Catarina e entravam com pedidos de auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez.

A fraude:

R$ 47,9 milhões

945 benefícios

Em 12 agências:

Santa Catarina

Florianópolis

Chapecó

Criciúma

Rio Grande do Sul:

Canoas

Caxias do Sul

Ijuí

Novo Hamburgo

Passo Fundo

Pelotas

Porto Alegre

Santa Maria

Uruguaiana

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