O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, reforçou na manhã desta terça-feira a necessidade de esforços conjuntos de governos e da sociedade para qualificar a educação no país. Uma das presenças do Painel RBS que lançou a campanha “A Educação Precisa de Respostas”, Mercadante também abordou temas como o ensino integral e a valorização do professor.
O encontro reuniu autoridades e especialistas da área da educação e marcou o primeiro passo de uma busca por respostas para os principais dilemas da educação brasileira. A campanha do Grupo RBS pretende mobilizar a sociedade para o tema, fiscalizar e cobrar ações eficazes do poder público e destacar exemplos positivos que podem inspirar outras iniciativas exitosas. O painel ocorreu entre 9h e 11h, no estúdio da RBS TV, em Porto Alegre.
As boas-vindas aos participantes e convidados foram dadas por Nelson Sirotsky, presidente do Conselho de Administração e do Comitê Editorial do Grupo RBS, que enfatizou a importãncia da qualidade da educação para a transformação das pessoas, da sociedade e do país como um todo:
— Ao definir o tema “A educação precisa de respostas” para a nossa nova bandeira institucional, o objetivo também é o de buscar soluções para um problema urgente: a qualidade da educação em nosso país. Queremos a participação de todos, sem ideologia, mas com um único propósito, o de chegarmos às respostas que levarão à qualificação da educação de nossas crianças e nossos jovens.
Após a apresentação de um vídeo que revelou a preocupante situação do ensino no país, o primeiro bloco do painel começou sob a mediação da jornalista Carolina Bahia, e as questões iniciais foram feitas ao ministro da Educação, Aloizio Mercadante.
De acordo com Mercadante, um dos importantes passos que devem ser dados em direção a um ensino mais qualificado no Brasil é a educação em tempo integral. O ministro ainda defendeu a necessidade da união de esforços dos governos municipais, estaduais e federal em torno da questão e destacou o papel da comunidade na cobrança sobre o poder público.
— A sociedade e, com ela, a família, são fundamentais na busca de melhores resultados. Os pais devem mostrar aos filhos que quem estuda ganha o direito de escolher o que fazer na vida. E quem não estuda vai ser escolhido ou não — argumentou.
Mercadante ainda lembrou o valor de campanhas como a iniciada nesta terça-feira. E encerrou a fala com um convite para que outros veículos, a exemplo do Grupo RBS, também encaminhem medidas que possam colocar a educação como prioridade nacional.
No segundo bloco, a secretária de Educação do Rio de Janeiro, Claudia Costin, e o conselheiro do movimento Todos Pela Educação, Mozart Neves, deram respostas às questões que entravam a educação no país. Mozart lembrou que a base de toda a formação ocorre a partir do professor. Segundo o especialista, o Brasil tem um enorme dever de casa pela frente, que ele resume em quatro passos:
— O primeiro é um salário atraente, a semente inicial. O segundo capítulo é um plano de carreira pautado na formação continuada e no compromisso com a aprendizagem. O terceiro ponto é uma formação inicial sólida, a universidade está muito distante da realidade da escola pública, e o quarto são os insumos necessários para que um professor bem valorizado possa desempenhar bem o seu papel em sala de aula.
Para a secretária de Educação do Rio de Janeiro, Claudia Costin, falta no Brasil a construção de um currículo nacional e a definição clara dos direitos de aprendizagem da criança. No entanto, a secretária, em sintonia com o conselheiro, afirmou que apenas um forte investimento no professor é capaz de mudar o cenário da educação no país:
— O maior impacto na educação da crianca é um bom professor. Investir na melhoria do ensino superior que forma os docentes é importante na concretização do futuro educacional que queremos.
No bloco seguinte, os secretários estaduais do Rio Grande do Sul, Jose Clovis Azevedo, e de Santa Catarina, Eduardo Deschamps, foram convidados a discutir soluções e as medidas já adotadas para o ensino em cada um dos seus Estados. O secretário do RS, baseado em um dos pontos levantados pela campanha da RBS, entrou em uma questão decisiva do debate: a eficácia da escola no processo de aprendizagem. Segundo o secretário, a escola está se tornando um ambiente ritualizado, que apenas repete a informação acumulada.
— Há práticas pedagógicas culturais, como, por exemplo, a exigência da comprovação do conhecimento através de uma prova. A escola se tornou um local de repetição, quando ela precisa ser um espaço essencialmente de criação, onde a inteligência humana, em suas infinitas fronteiras, possa criar asas. Nesse processo, temos como protagonista a figura do professor — acredita o secretário.
Eduardo Dechapms lembrou que a questão da educação é um trabalho que deve ser conduzido em nível nacional e que, valorizar o professor, questão colocada como uma das prioridades durante todo o painel, não é apenas um compromisso com o salário do magistério, mas de fornecimento de condições básicas e importantes, como a formação.
— São questões complexas que vão exigir esforço muito grande de todos os envolvidos. Só assim poderemos evoluir o patamar da educação no nosso país — concluiu o secretário catarinense.
O evento de lançamento da nova campanha institucional do Grupo RBS pÔde ser acompanhado pelas Rádio Gaúcha (RS) e CBN Diário (SC) ou por meio da internet, nos sites do Painel RBS, Zero Hora, G1 ou Diário Catarinense.
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