Home Na contramão de outras regiões, produção de leite em Santa Catarina cresce 7,5% na última década

Na contramão de outras regiões, produção de leite em Santa Catarina cresce 7,5% na última década

Última atualização 13 de outubro de 2025 - 11:40:40

Santa Catarina tem se consolidado como um dos principais produtores de leite do país. Segundo dados da Pesquisa da Pecuária Municipal/IBGE, entre 2014 e 2023 o Estado passou de 2,983 bilhões para 3,206 bilhões de litros, um aumento de 7,5%, crescimento que não se repete em outras mesorregiões e microrregiões produtoras de leite.

Nesse cenário, a região Oeste é responsável por quase 80% da produção catarinense, com destaque para cidades como Concórdia, Guaraciaba, Itapiranga e São João do Oeste.

Para o gerente do Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar (Epagri/Cepaf), e presidente do Conselho Brasileiro de Qualidade do Leite (CBQL), Vagner Miranda Portes, diversos fatores contribuem para estes resultados.

“No Oeste, temos um clima favorável e um parque industrial tecnológico apto para receber grandes volumes de produção. Além disso, aproximadamente 90% do leite produzido no Estado é proveniente da agricultura familiar, esta característica, somada ao cooperativismo, ao apoio dos laticínios, à infraestrutura técnica de órgãos como a Cidasc, que outorga um status sanitário diferenciado ao nosso Estado e a Epagri, sem dúvida, são fundamentais para estes índices”, afirma.

Vagner destaca o trabalho realizado pela Epagri, que atua nas áreas de pesquisa, extensão e educação, ajudando a encontrar soluções para o setor produtivo, difundindo conhecimento e novas tecnologias.

“As políticas públicas disponibilizadas pela Secretaria da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Sape), operacionalizadas pela Epagri, ajudam os produtores a incorporar novas tecnologias, melhorar suas estruturas e aperfeiçoar o sistema produtivo”, diz.

Sistema de produção de leite à base de pasto

Para que os produtores obtenham mais renda e menos custos, a Epagri recomenda a criação de gado à base de pasto.

Esse método de criação de bovinos de leite utiliza pastagens perenes de verão, como o Tifton 85 e o Amendoim-Forrageiro, com sobressemeadura de pastagens anuais de inverno.

A alimentação dos animais é complementada com silagem em algumas épocas do ano, além da suplementação com ração.

Vagner explica que através desse método é possível oferecer aos animais um alimento mais barato, com alto valor nutricional, por um período maior de tempo.

“Esse sistema oferece mais autonomia ao produtor, que passa a depender menos de insumos externos e mantém o poder de decisão em períodos de crise. Isso permite que ele preserve a rentabilidade mesmo em cenários adversos, ao contrário de outros modelos, nos quais o manejo se torna mais complexo”, avalia.

O médico-veterinário atribui ao modelo de produção à base de pasto um dos pilares do sucesso da produção leiteira em Santa Catarina.

“A maioria dos sistemas produtivos do Estado utilizam esse sistema, o que nos leva a acreditar que ele é uma mola propulsora para a produtividade catarinense”.

Fonte: Epagri

Foto: Aires Mariga / Epagri

A região Oeste é responsável por quase 80% da produção catarinense

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