Por Jaime Folle
Vivemos tempos em que o progresso tecnológico e o consumismo ditam o ritmo da vida. A sociedade moderna valoriza o acúmulo de bens, o sucesso imediato e a imagem projetada nas redes sociais. Nesse cenário, muitas vezes Deus é deixado de lado — não por falta de crença, mas por distração, pressa e superficialidade. O sagrado dá lugar ao material, e a espiritualidade é substituída por uma busca incessante por coisas que, no fundo, não preenchem o vazio da alma.
Nesse mundo mais das coisas e menos de Deus, o ser humano se afasta de sua essência. As relações se tornam mais frias, baseadas em interesse e aparência. A compaixão, o perdão e a humildade — valores que a fé promove — passam a ser vistos como fraquezas. O resultado é uma sociedade ansiosa, doente emocionalmente, que tenta encontrar sentido onde ele não está: no consumo, no status, na competição.
Esquecer Deus, ou colocá-lo em segundo plano, não significa apenas abandonar a religião, mas também abrir mão de um modo de viver mais consciente, ético e amoroso. Deus, em muitas tradições, representa a esperança, a justiça, o cuidado com o outro. Quando esses elementos desaparecem, cresce o egoísmo, a indiferença e a solidão.
É preciso resgatar o equilíbrio entre o mundo das coisas e o mundo do espírito. A tecnologia, o conforto e o progresso têm seu valor, mas não podem ocupar o lugar do que é eterno de quem criou tudo. Um mundo com mais Deus não é um mundo retrógrado, mas um mundo mais humano, mais sensível, mais justo — onde o valor das pessoas não se mede pelo que elas têm, mas pelo que elas são.
Deus, para muitos, torna-se uma ideia distante, lembrada apenas em momentos de dor ou desespero. No entanto, essa ausência espiritual cobra um preço: perdemos o sentido da vida, da empatia, da verdadeira paz interior. Um mundo mais voltado para Deus seria, talvez, menos barulhento, mais compassivo, e mais justo — onde o coração falaria mais alto que o bolso.
Até a próxima
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