Em entrevista concedida nesta semana, o Médico Veterinário
que representa a CIDASC de Cunha Porã e de Iraceminha, Rafael Costa Ebling,
esclareceu os fatos e boatos acerca da Influenza Aviária na região.
De acordo com o Profissional, esta questão tem sido cada vez
mais uma preocupação para a nossa Agropecuária, sendo que, o nosso país é um
celeiro mundial não só na produção e exportação de grãos, mas também na
produção de proteína animal, sendo que Santa Catarina é um protagonista na
produção de aves e suínos.
A Influenza Aviária vem acompanhando a costa do Oceano
Pacífico, resultado do deslocamento dos principais agentes disseminatórios da
doença, que são as aves migratórias, sendo que já uma realidade em países como
Colômbia, Venezuela, Bolívia, Peru, Chile e para aumentar o alerta, mais
recentemente nos países vizinhos de Santa Catarina e Rio Grande do Sul,
ocorrendo na Argentina e Uruguai.
Sendo assim, a CIDASC emitiu este alerta, pra evitar a
entrada dessa doença em território catarinense, já que trata-se de uma
enfermidade que nunca atingiu o nosso país, sendo um diferencial entre outros
países proeminentes na avicultura mundial.
Rafael Ebling esclarece que essa é uma doença que não tem
cura e é disseminada através das aves migratórias. “Essa doença já existe nos
Estados Unidos, e as aves migratórias mudam seu habitat conforme a troca de
estação do ano, então elas buscam locais mais quentes para sua reprodução,
então acabam vindo para regiões da América do Sul”, explica Rafael.
Segundo pesquisas, a rota migratória mais evidente dessas
aves é acompanhando a região costeira do Oceano Pacífico, como já mencionado,
mas nada impede de ocorrer a passagem de aves migratórias possivelmente
infectadas com a Influenza Aviária pela costa do Oceano Atlântico, passando
pelo Litoral Catarinense.
Qual o intuito da CIDASC com este alerta gerado pela questão da Gripe
Aviária?
A CIDASC, juntamente com as indústrias sempre mantiveram
programas sanitários de prevenção para essa doença assim como outras que possam
afetar os produtores de aves de corte, aves poedeiras – galinha, codorna, etc,
assim como medidas de biosseguridade, onde evita-secontato dessas aves com
pessoas estranhas ou até mesmo que tiveram contato com outras aves, pois por se
trata de um vírus que se dissemina pelo ar, água e alimento, pode ser também
disseminada pelos humanos de forma indireta.
Riscos que a contaminação traz para o mercado:
Conforme explica o Médico Veterinário, após confirmada a
doença em uma propriedade, todas as aves que não morrerem com pela influenza,
deverão ser eutanásias, assim como os suínos. E na parte comercial, ocorrerá
embargo econômico até que o foco seja saneado, o que acarretará sérias
consequências no mercado de carne de aves e ovos.
“Esta é uma preocupação sanitária, mas também, uma questão que
envolve uma consequência econômica nunca antes vista no nosso Estado”, comenta
Rafael.
A Influenza aviária:
Geralmente quando infectadas com a Influenza Aviária, as
aves poderão apresentar algum dos seguintes sintomas: sinais nervosos, apatia,
torcicolo (pescoço caído) barbela e crista com coloração azulada assim como
diarreia, além disso, esta doença é muito perigosa para a perda do plantel, com
taxa de mortalidade de 50 a 100%. Além dos sinais clínicos que pode apresentar,
elas podem simplesmente começar a morrer sem apresentar nenhum sintoma.
Assim como a Doença de Newcastle, essa doença é causada pelo
vírus que se espalha facilmente nos ambientes, podendo contaminar até mesmo os humanos
que tiveram contato com a ave infectada. Porém vale ressaltar, que ela não é
transmitida pelo consumo de carne de aves ou de ovos.
No início da semana, a Secretaria de Estado da Fazenda
publicou uma Nota Técnica reforçando a prevenção e pedindo o cuidado de toda a
população com esta questão, recomendando manter as aves dentro dos galpões, sem
acesso às áreas externas, até que os focos detectados na América Latina estejam
sob controle.
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