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Ano-novo: fogos de artifício exigem prudência e manuseio correto

Última atualização 31 de dezembro de 2022 - 09:35:33

© Marcello Casal jr/Agência Brasil

Janeiro é um mês em que unidades
médicas especializadas em queimados costumam observar um aumento da demanda. Um
dos motivos são os fogos de artifício bastante utilizados nas festividades de
ano novo. O mesmo ocorre no São João ou em períodos de Copa do Mundo.
Imprudência e manuseio incorreto são alguns dos comportamentos de risco. A Agência
Brasil conversou com especialistas que explicam os cuidados necessários.

O médico André Toshiaki
Nishimura, coordenador do Centro de Tratamento de Queimados da prefeitura de
São Paulo, orienta que quem for manusear fogos de artifício não deve consumir bebida
alcoólica. “Às vezes, quando os fogos não funcionam, a pessoa vai lá e tenta
abrir o dispositivo, mexe na pólvora e vai acabar se queimando. Eu acredito que
a maior parte [dos acidentes] é de imprudência e de geralmente misturar
[consumo de] álcool com fogos”, acrescenta.

De janeiro a novembro deste ano,
o Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital Municipal Doutor Cármino
Caricchio – Tatuapé, que é referência na capital paulista, atendeu 6.692
pacientes queimados. Desse total, 3.073 apresentavam queimaduras por líquidos
escaldantes, 661 por contato com fogo e tempo excessivo de exposição ao sol sem
proteção e 317 por eletricidade. Em 2021, a unidade de atendimento aos
queimados do hospital municipal recebeu 7.911 pessoas.

Cuidado na compra

O sargento Alan Azevedo, do Corpo
de Bombeiros de Minas Gerais, destaca que os cuidados com os fogos de
artifícios devem começar no momento da aquisição do produto. “[O consumidor]
deve procurar saber se ele é certificado pelo Exército Brasileiro, se tem uma
fiscalização naquele local, se tem um alvará de funcionamento naquele
estabelecimento aprovado pelo Corpo de Bombeiros e outros órgãos principais”,
orienta. Segundo o sargento, a certificação deve constar nas embalagens.

Ler e seguir as orientações do
rótulo é fundamental. Além disso, não se deve, em hipótese alguma, reacender o
artefato, que, por algum motivo, não tenha funcionado. “Se esse material não
for iniciado, deve-se descartar aquele fogo de artifício ali, justamente para
não chegar próximo ao local e esse fogo de artifício acabar tendo reignição e
causar algum tipo de acidente”, aponta. Ele acrescenta que não se deve acender
o produto em local fechado, nem perto de rede de alta tensão e é preciso estar
longe do público.

 Azevedo chama a atenção também
para o manuseio dos fogos com o material de suporte que acompanha o produto.
“Não soltar na própria mão, que a pessoa utilize a base que vem dentro da
embalagem”, pontua. Além disso, o material só pode ser manuseado por maiores de
idade. “Criança somente aquelas bombinhas, tipo estalinho, que não tem risco”,
indica.

Primeiros socorros

Em caso de acidentes, Nishimura
aponta que uma ação emergencial possível, em caso de queimadura, é o
resfriamento da área. “[Isso] diminui a profundidade da queimadura. Lavar a
região é importante, isso é fundamental. Lavar com água corrente”, explica o
médico. Azevedo lembra ainda que médicos ou enfermeiros que estejam no local
podem ser acionados para os primeiros procedimentos antes da chegada ao
hospital ou da ambulância.

Nos casos em que há amputação de
algum membro, o sargento Alan Azevedo explica que é fundamental estancar o
sangramento e encaminhar a pessoa ao hospital, ou ainda ligar para o 193. “Pega
um pano limpo, coloca sobre o local de ferimento e faça uma pequena pressão de
forma a estancar o sangramento”, orienta.

 

Edição: Lílian Beraldo

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