A ONU (Organização Meteorológica
Mundial) alertou, na última quinta-feira (1º), que o fenômeno climático La Niña
poderá ocorrer pelo terceiro ano consecutivo em 2022 e que deve atingir o Sul
da América do Sul.
De acordo com as previsões, o
fenômeno deve durar até o fim deste ano. Segundo a ONU (Organização das Nações
Unidas), o impacto pode ser observado em padrões climáticos como seca e
inundações em todo o mundo.
As condições envolvem o
resfriamento em larga escala das temperaturas da superfície do oceano, que se
fortaleceram no Pacífico equatorial leste e central. O aumento nos ventos
alísios nas últimas semanas propiciou a situação.
Com um resfriamento natural e
cíclico de áreas do Pacífico equatorial, o La Niña muda os padrões climáticos
em todo o mundo. O evento está geralmente associado a condições mais úmidas em
algumas partes do mundo e mais secas em outras.
O fenômeno oposto e mais
conhecido é o El Niño, que está associado ao aquecimento em algumas partes do
mundo.
O diretor-geral da OMM, Petteri
Taalas, disse que o resfriamento causado pelo La Niña não significa que o
aquecimento global está diminuindo. Ele explicou que essa influência desacelera
temporariamente a subida das temperaturas globais, mas não interromperá ou
reverterá essa tendência em longo prazo.
Ele aponta ainda que as marcas do
fenômenos são observadas na seca em curso no “Chifre da África e no sul da
América do Sul”. Pela nova atualização, são confirmadas as projeções climáticas
regionais de que “a seca no Chifre da África piorará e afetará milhões de
pessoas”
A situação pode piorar a quinta
temporada consecutiva de chuvas trazendo a possibilidade de “uma catástrofe
humanitária sem precedentes”.
Várias agências da ONU alertaram
sobre a situação causada pela pior seca em 40 anos em países como Etiópia,
Quênia e Somália. O efeito de resfriamento também não impediu que 2021 fosse um
dos sete anos mais quentes já registrados.
Atuação em SC e no restante do Brasil
O Inmet (Instituto Nacional de
Meteorologia) apontou, no fim de agosto, que o impacto do La Niña é observado
no Brasil, principalmente, a partir do aumento do volume de chuva nas regiões
Norte e Nordeste e, também, volume abaixo da média na Região Sul. Além disso, o
fenômeno provoca uma ligeira queda de temperaturas no Sul e Sudeste.
“Nos próximos meses, na parte
mais sul do Brasil, há uma tendência de irregularidade nas chuvas, ou seja,
chove de maneira mais concentrada em poucos dias”, explica o mestre e doutor em
Climatologia e meteorologista do Inmet, Mozar de Araújo Salvador.
Além disso, o Epagri/Ciram também
apontou que a primavera de 2022 contará com a atuação do fenômeno. Como
resultado, Santa Catarina contará com o aumento de eventos extremos com chuva
forte e totais elevados, mas em um curto intervalo de tempo. Assim como temporais
com raios, granizo e ventania.
“O La Niña atua até o fim do ano.
Setembro será marcado por período chuvoso, tempestades e alternância entre frio
e calor, ou seja, dias de frio e geada e em outros com calor precoce. A
primeira quinzena de novembro também será chuvosa, mas a segunda em período
mais seco. Dezembro terá pancadas de chuva e o fenômeno vai perdendo força no
início de 2023”, reforça o meteorologista Piter Scheuer.
Hemisfério Norte
Já para o Hemisfério Norte, a OMM
disse que, apesar da realidade do La Niña no Pacífico equatorial central e
oriental, prevê-se que um cenário mais quente do que a medida da superfície do
mar domine a previsão das temperaturas para setembro e novembro.
O comunicado destaca que a
situação contribuirá para temperaturas acima do normal em áreas do Planeta,
incluindo grande parte do Hemisfério Norte.
Sob os efeitos do fenômeno, os
furacões no Atlântico são mais frequentes. O fenômeno reduz a queda de chuva e
aumenta os incêndios florestais no oeste e as perdas agrícolas no centro do
território norte-americano. Nos Estados Unidos, os danos do La Niña são mais
caros que os do El Niño.
O que é o La Niña
O fenômeno climático
caracterizado pelo resfriamento das águas superficiais das partes central e
leste do Pacífico Equatorial, que provoca mudanças na circulação atmosférica
tropical, impactando nas temperaturas e no volume de chuva em todo o mundo.
deixe seu comentário