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Entidade alerta para risco de diabetes em gestantes

Última atualização 14 de agosto de 2022 - 15:15:55

Agência Brasil – Brasília Ouça a matéria:

Um dos momentos mais especiais na vida de uma mulher pode se
tornar um pesadelo se os cuidados devidos não forem tomados. Às vésperas do dia
da gestante, comemorado nesta segunda-feira (15), a Sociedade Brasileira de
Diabetes (SBD) alerta para a diabetes mellitus gestacional, que afeta 18% das
gestações no Brasil.

Condição temporária gerada pelas mudanças no equilíbrio
hormonal durante a gravidez, a diabetes gestacional ocorre porque, em algumas
mulheres, o pâncreas não funciona direito na gestação. Normalmente, o órgão
produz mais insulina que o habitual nesse período para compensar os hormônios
da placenta que reduzem a substância no sangue. No entanto, em algumas
gestações, o mecanismo de compensação não funciona, elevando as taxas de
glicose.

O problema pode causar complicações tanto para a mãe como
para o bebê. No curto prazo, a doença pode estimular o parto prematuro e até a
pré-eclâmpsia. O bebê pode nascer acima do peso e sofrer de hipoglicemia e de
desconforto respiratório.

A diabetes gestacional normalmente desaparece após o parto,
mas pode deixar sequelas duradouras. As mulheres com o problema têm mais chance
de progredirem para a diabetes mellitus tipo 2. As crianças também têm mais
chances de desenvolverem a doença e de ficarem obesos.

Recomendações

A doença pode acometer qualquer mulher. Como nem sempre os
sintomas são identificáveis, a SBD recomenda que todas as gestantes pesquisem a
glicemia de jejum no início da gestação e, a partir da 24ª semana de gravidez
(início do 6º mês). Elas também devem fazer o teste oral de tolerância à
glicose, que mede a glicemia após estímulo da ingestão de glicose.

As recomendações principais, no entanto, são o pré-natal e a
alimentação saudável. Quanto mais cedo o obstetra diagnosticar a doença e
iniciar o tratamento, menores as chances de a mãe e o bebê sofrerem alguma
complicação no curto e no longo prazo.

Além do controle das glicemias capilares, o tratamento da
diabetes gestacional consiste num estilo de vida mais saudável, com atividade
física e alimentação regrada. As refeições devem ser fracionadas ao longo do
dia. As gorduras devem dar lugar às frutas, verduras, legumes e alimentos
integrais. Se não houver contraindicação do obstetra, exercícios físicos
moderados também devem fazer parte da rotina.

Na maior parte das vezes, esses cuidados dispensam a
aplicação de insulina. Se, ainda assim, os níveis de glicose continuarem altos,
o médico pode indicar a substância. A SBD alerta que as mulheres diabéticas
tipo 1 ou 2 que engravidam não são consideradas portadoras de diabetes
gestacional porque essa doença só aparece após o início da gravidez. As
mulheres com altos níveis de glicemia na gestação devem fazer um novo teste de
sobrecarga de glicose seis semanas depois de darem à luz.

Perfil

Em todo o mundo, o problema afeta cerca de 15% das
gestações, segundo a International Diabetes Federation, o que representa 18
milhões de nascimentos por ano. No entanto, a prevalência varia conforme a
região, indo de 9,5% na África para 26,6% no Sudeste Asiático. No Brasil,
estima-se que a prevalência é de 18%.

Para prevenir a doença, as mulheres devem prestar atenção a
fatores de risco: história familiar de diabetes mellitus; glicose alterada em
algum momento antes da gravidez; excesso de peso antes ou durante a gravidez;
gravidez anterior com feto nascido com mais de 4 quilos; histórico de aborto
espontâneo sem causa esclarecida; hipertensão arterial; pré-eclampsia ou
eclampsia em gestações anteriores; síndrome dos ovários policísticos e uso de
corticoides.

 

Edição: Aline Leal

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