A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu na
sexta-feira (29) que a conta de luz continuará sem cobrança adicional em
agosto.
Segue vigente então a bandeira tarifária da cor verde, que
não acrescenta custos aos consumidores com base no gasto mensal de energia
elétrica.
A expectativa da Aneel é que a bandeira verde – em vigor
desde 16 de abril – continue acionada até o final do ano devido à recuperação
dos reservatórios das hidrelétricas.
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado pela Aneel para
sinalizar o custo da geração de energia.
No final de todo mês, a agência decide a cor da bandeira
para o mês seguinte.
Quando o custo da produção de energia aumenta, por exemplo,
por conta do acionamento de usinas térmicas (mais poluentes e mais caras), a
Aneel pode acionar as bandeiras amarela, vermelha patamar 1 ou 2 — que
representam custo extra ao consumidor.
Recuperação dos reservatórios
Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico
(ONS), o nível dos reservatórios do Sudeste e do Centro-Oeste, responsáveis por
70% da capacidade de produção de energia no país, está na casa dos 60% desde
março, apresentando uma leve queda a partir de abril.
Para Roberto Brandão, professor da Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ) e pesquisador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico
(GESEL), é natural que o nível dos reservatórios caia nesta época – mesmo que
levemente – por causa do período seco (que costuma ocorrer entre os meses de
maio e novembro).
De acordo com o professor, o próximo ponto de atenção será a
transição do período seco para o período úmido: “isso faz muita diferença, se
começar a chover em novembro ou antes, isso vai impedir que os reservatórios se
esvaziem muito, se começar a chover só final de dezembro, vai pressionar mais”.
Só que, na avaliação do especialista, mesmo que o nível de
chuvas nos próximos meses fique abaixo do esperado, a situação dos
reservatórios ainda estará confortável, quando comparada com o cenário do ano
passado.
Segundo o ONS, por exemplo, no mês em que a bandeira de
escassez hídrica entrou em vigor, em setembro de 2021, o armazenamento chegou a
alcançar 16,75%, menor nível desde novembro de 2014.
“Mesmo que aconteça [uma hidrologia ruim], será a
partir de uma situação em que os reservatórios não vão estar muito vazios,
sistema com mais margem de manobra do que o ano passado”, avalia Brandão.
deixe seu comentário