O governo federal
confirmou reajuste de até 10,89% no preço dos medicamentos. O ato foi
autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão
interministerial vinculado à Anvisa, e publicado na edição desta sexta-feira do
Diário Oficial da União (DOU).
O aumento está quase um
ponto acima da inflação de 2021, que foi de 10,06%. Conforme a lei, a
recomposição anual de preços definida pelo governo poderá ser aplicada em cerca
de 13 mil medicamentos disponíveis no mercado varejista. Isso significa que o
reajuste atinge desde remédios para doenças crônicas, como diabetes e
hipertensão, até os de alto custo fornecidos pelo governo.
Esse percentual é o
máximo que pode ser aplicado pelos fabricantes, e o reajuste pode chegar ao
consumidor imediatamente, decisão que leva em conta os estoques nas farmácias e
a concorrência no setor.
Segundo Leopoldo Veras,
membro do Comitê Técnico da Asap (Aliança para Saúde Populacional), a inflação
é o principal influenciador no percentual do reajuste. “Alguns fatores
influenciam esse cálculo, um deles é a produtividade da indústria. Outro fator
são os ajustes de custos que a indústria tem, e o principal deles é a inflação
acumulada”, explica Veras.
De acordo com dados da
Asap, os medicamentos estão em 80% dos tratamentos, e uma em cada dez pessoas
consome mais de cinco remédios. “Gastos com saúde representam algo em
torno de 30%, em média, do orçamento familiar, e medicamento é um dos
principais gastos nesse ponto. Isso porque, apesar de o SUS ter a cobertura
para medicamentos, essa lista é muito restrita, e boa parte do que é prescrito
por médicos não está nessa lista, o que acaba onerando o orçamento familiar,
principalmente nas classes mais baixas”, resume.
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