Santa Catarina foi reconhecida pela Associação Brasileira de
Transplantes de Órgãos como o estado com maior número de doações efetivas de
órgãos para transplantes em 2021. É a 13ª vez nos últimos 17 anos que o estado
é destaque nacional na área. Nos outros quatro anos, ficou em segundo, atrás
apenas de uma unidade federativa. O Registro Brasileiro de Transplantes
confirmou o primeiro lugar para SC com 40,5 doadores por milhão de população
(pmp), seguido por Paraná com 35,8 doadores pmp e Ceará e São Paulo – com cerca
de 21 doadores pmp cada.
Mesmo com a pandemia do Coronavírus, Santa Catarina se
manteve como referência no país, com 939 transplantes realizados em 2021. Houve
um aumento de 33,95% comparado ao ano de 2020. Foram 517 transplantes de
córnea, 195 de rins, 114 de fígado, 12 de pâncreas, quatro de coração e 97 de
medulas ósseas. O maior aumento do número absoluto de transplantes foi o de
córnea – era 265 em 2020 e passou para 517 no último ano.
Atualmente, o Brasil é o segundo país do mundo em número de
transplantes, mas o Registro Brasileiro de Transplantes revela que as doações
caíram em 2021: 4,5% em relação a 2020. Quando comparada a média de
transplantes por milhão de população (pmp) no país, Santa Catarina está acima
da média nacional em transplantes de córnea, rim, fígado e pâncreas.
Quanto aos transplantes de fígado, o estado também aumentou
de 2020 para 2021: 17,5% a mais, na comparação. O número de equipes que
realizam os transplantes se manteve. Para o Coordenador Estadual de
Transplantes de Santa Catarina, Joel de Andrade, essa referência fica ainda
mais evidente quando comparada a outros unidades da federação, que chegam a ter
menos da metade de transplantes que nosso estado.
“Nós nos recuperamos de 2020, quando houve uma baixa
esperada no número de órgãos disponíveis para transplante em função da
pandemia. Na época, o fluxo de doações de córneas, por exemplo, caiu muito
porque o Ministério da Saúde recomendou formalmente para que evitássemos
transplantes de tecido ocular das vítimas de paradas cardiorrespiratórias.
Hoje, estamos acima da média nacional e somos destaque geral. É perceptiva a
generosidade do nosso povo, o qual continuou solidário mesmo em momentos
adversos, como a pandemia”, resumiu.
Atenção especial
À frente da coordenação estadual do SC Transplantes há quase
17 anos, Joel de Andrade ressalta que desde 2019 o processo de doação de órgãos
ganhou uma atenção especial em Santa Catarina.
“Eu recebi uma ligação do governador Carlos Moisés ainda em
2019. Ele perguntou se eu precisava de alguma aeronave para transplantes. Eu
disse que nós tínhamos acesso, mas que a demanda sempre necessitava de mais.
Ele determinou que o helicóptero priorizaria os transplantes e a demanda das
doações. E, de fato, foi o que aconteceu. Eu costumava dizer que só acreditaria
vendo, mas eu vi. Vi nesse Governo o quanto a doação de órgãos era uma prioridade”,
afirmou Joel de Andrade.
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