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Invasão da Rússia na Ucrânia vai afetar negócios com empresas de Santa Catarina

Última atualização 25 de fevereiro de 2022 - 16:59:44


Foto 1: Aris Messinis / AFP – Homem observa corpo de uma vítima de bombas russas


Santa Catarina começa a
ser impactada com a guerra entre Ucrânia e Rússia quase que imediatamente. Os
bancos europeus e americanos cortaram relações com a Rússia, o que impede
pagamentos e recebimentos temporariamente. Mas as consequências vão se estender
mais porque pode haver atraso nas entregas de cargas, os preços dos
combustíveis estão tendo alteração e há prejuízo nas exportações agropecuárias
no futuro porque essa guerra pode ter um pano de fundo na produção agrícola da
região.

Segundo dados do Observatório
Fiesc, no ano passado, SC exportou para a Rússia US$ 101,16 milhões e importou
quase o dobro, US$ 194,30 milhões. As transações com a Ucrânia foram menores em
2021, com exportações de US$ 5,83 milhões e importações de US$ 27, 18 milhões.
Além de insumos, os negócios envolvem produtos industrializados e carnes.

Conforme apuração do
Observatório, as importações da Rússia responderam por 0,78% das compras de SC
no exterior em 2021. Os itens que lideraram foram fertilizantes nitrogenados
(US$ 82,24 milhões), borracha sintética (US$ 17,62 milhões), níquel em formas
brutas (US$ 12,45 milhões), aços laminados planos (US$ 7,52 milhões) e
Fertilizantes potássicos (US$ 5,85 milhões).


Foto 2: Press service of the Ukrainian State Emergency – Equipes de resgate trabalham no local do acidente da aeronave Antonov das Forças Armadas da Ucrânia na região de Kiev


As exportações foram
lideradas por carnes de aves (US$ 41,83 milhões), gelatina (US$ 13 milhões),
motores elétricos (US$ 11,46 milhões), tabaco (US$ 6,71 milhões) e máquinas para
madeiras (US$ 5,68 milhões).

Para a Ucrânia, as
maiores exportações foram de tabaco (US$ 4,05 milhões), bombas de ar (US$ 564
mil) e máquinas agrícolas (US$ 348 mil). Os itens mais importados foram
polímeros de cloreto de vinilo – PVC (US$ 13,14 milhões), laminados planos de
ferro ou aço (US$ 4,70 milhões), tubos de ferro (US$ 3,92 milhões) e tubos de
plástico (US$ 2,55 milhões).


Foto 3: Anatolii Stepanov/AFP – Militares ucranianos se preparam para repelir um ataque na região de Lugansk, na Ucrânia


Santa Catarina não tem
grandes negócios com esses dois países. Diferente de anos atrás, quando a
Rússia era o maior mercado de carne suína catarinense, no ano passado o produto
não aparece entre os mais vendidos. Existe uma retomada de exportações por
parte das empresas de SC. A Ucrânia, por sua vez, comprou apenas US$ 148 mil
desse item do Estado em 2021.

Contudo, segundo uma
fonte da coluna, esse movimento da Rússia, embora não tenha sido abordado, tem
mais interesse no controle da produção agrícola da Ucrânia do que por conflitos
geopolíticos. Isso porque a China anunciou há pouco tempo que em 2030 será
autossuficiente na produção agropecuária e fez um acordo com a Rússia. Só que
na região, a grande produtora de milho, trigo e frango é a Ucrânia, que tem as
terras mais férteis para isso. Por isso, o interesse no conflito pode ser mais
econômico.

Esse cenário coloca o
Brasil e os EUA em desvantagens na atuação futura daqueles mercados com
produtos do agronegócio. Isso exige uma atenção especial do governo brasileiro.
Como estrategista, Vladimir Putin estaria usando a guerra para avançar na
segurança alimentar.

Para a presidente da
Câmara de Comércio Exterior da Fiesc, Maria Teresa Bustamante, o momento para
SC é de cautela e observação. Ela vê com preocupação possível suspensão de
compra de polímero plástico da Ucrânia, que teve um acréscimo de US$ 13 milhões
de um ano para outro. Acredita que essa guerra pode gerar mais oportunidades para
o agronegócio catarinense.

Mas para o empresário
Albano Schmidt, presidente do Sindicato da Indústria do Material Plástico de
Santa Catarina, essa importação da região não é significativa. Ele vê com maior
preocupação a subida do dólar, com alta dos derivados de petróleo, que inclui
as resinas plásticas. Avalia que a Europa terá problema em dobro porque pagará
mais caro também pelo gás natural na produção.​

 

Primeiro dia da invasão da Rússia a
Ucrânia já deixou 57 mortos e 169 feridos

Ao menos 57 pessoas
morreram e 169 ficaram feridas, após o primeiro dia da invasão da Rússia na
Ucrânia. A informação foi confirmada pelo ministro da Saúde ucraniano, Viktor
Lyashko, nesta quinta-feira (24). Os mortos e feridos são de combatentes e
não-combatentes.

Por volta das 23h, da
quarta-feira (23) no horário de Brasília e no amanhecer desta quinta-feira, na
Ucrânia, o exército russo avançou suas tropas e invadiu o país ucraniano. Na
ação, 74 instalações militares na Ucrânia, entre elas 11 aeródromos foram
destruídos.

Conforme o exército
russo, além da capital Kiev, Dnipro, Ivano-Frankivsk, Kharkiv, Kherson,
Kramatorsk, Lutsk, Mariupol e Odessa não foram alvos de bombardeios.

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